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Prefeito Luciano Ducci entrega documentos ao Procurador Geral do MP, Gilberto Giacoia, e ao Coordenador do Patrimônio Público, Arion Rolin Pereira | Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Prefeito Luciano Ducci entrega documentos ao Procurador Geral do MP, Gilberto Giacoia, e ao Coordenador do Patrimônio Público, Arion Rolin Pereira| Foto: Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo

"Sou supercandidato; a campanha começou"

O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), negou as irregularidades e um possível desequilíbrio entre a renda e os bens que estão em nome de sua família, conforme reportagem da revista Veja na edição desta semana. Em entrevista exclusiva concedida na redação do jornal Gazeta do Povo, na tarde de ontem, Ducci falou sobre os bens declarados e heranças recebidas por Marry Dal Prá Ducci, com quem é casado desde 1983. Ele também assumiu, publicamente, que vai concorrer à prefeitura e que considera que a campanha começou.

Leia a entrevista completa

O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), entregou ao Ministério Público (MP) cópias de declarações de imposto de renda dele, dos familiares e de contratos sociais da empresa Roda Viva, da qual é sócio. O prefeito alega que esses documentos provam sua inocência de acusações de enriquecimento ilícito apresentadas pela revista Veja. O MP deve avaliar essas informações em até 30 dias.

Em reportagem publicada na edição desta semana, a Veja afirma que o patrimônio de Ducci saltou de pouco mais de R$ 1 milhão, em 2008, para mais de R$ 30 milhões em 2012. Entre os bens listados pela revista estão um apartamento de R$ 5 milhões no Batel, duas fazendas no Mato Grosso e mais de cem cabeças de gado. A reportagem diz, também, que um suposto capataz de uma das fazendas, Cícero Paulino, trabalhou na prefeitura de Curitiba e ganhou R$ 6 mil, mesmo morando em outro estado.

Ducci classificou as acusações como "baixas e rasteiras", de "caráter eleitoreiro", e atribuiu o repasse dessas informações a "aloprados". "O dossiê que saiu na revista Veja é falso, mentiroso, calunioso e denigre a imagem da família. Atacar a família é uma coisa baixa e sórdida", disse. O prefeito não chegou a falar em nomes, mas atribuiu o dossiê a "seus adversários políticos".

De acordo com Ducci, esse patrimônio não foi acumulado em apenas quatro anos; eles já pertenciam à família Dal Prá, de sua mulher, Marry Ducci. "Não há nada a ser escondido. São bens adquiridos ao longo de toda uma vida por uma família, que tem tradição no ramo do agronegócio, da pecuária", disse. Ele ressalta que uma das propriedades citadas pela revista foi adquirida nos anos 60.

Sobre o capataz que teria trabalhado na prefeitura de Curitiba, Ducci disse se tratar de uma informação equivocada. De acordo com ele, Paulino é contador e prestou serviços inicialmente para sua empresa e, depois, foi para a prefeitura de Curitiba. "Não conheço nenhum capataz que tenha MBA em administração pública", ironizou. Ainda segundo Ducci, ele realizava uma "atividade de recepção de pessoas e atendimento individualizado" no seu gabinete, quando era vice-prefeito.

O advogado de Ducci, Alcides Munhoz da Cunha, diz que ainda está avaliando o que deve ser feito em relação a esse caso. Ele estuda pedir direito de resposta, mas descarta pedir indenização.

MP

Segundo o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção ao Patrimônio Público (Caop), Arion Rolim Pereira, não havia antes das denúncias qualquer investigação contra o prefeito por parte do MP. "Não havia nenhum procedimento instaurado no MP em relação a esses fatos", disse. A matéria da revista Veja diz que o enriquecimento de Ducci teria chamado a atenção do órgão e que um inquérito seria instalado na próxima semana. Rolim negou, também, que a revista tenha entrado em contato com o órgão.

O procurador disse que o material encaminhado será analisado por outro procurador do Caop e que uma avaliação deverá ser feita em até 30 dias. Ele disse que o procedimento deve correr sigilosamente.

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