Renato Duque está preso há cinco meses em Curitiba.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Preso há quase cinco meses em Curitiba, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque está disposto a entregar à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF) informações sobre políticos que atualmente exercem cargos públicos e que se beneficiaram do esquema de corrupção montado na estatal.

CARREGANDO :)

A menção a nomes de pessoas com foro privilegiado é a principal promessa do ex-dirigente, que nos próximos dias se reúne com representantes do MPF para as primeiras reuniões de negociação de eventual acordo de delação premiada. Se confirmada, também fará com que a delação seja submetida a homologação no Supremo Tribunal Federal (STF), em vez da Justiça de primeira instância.

“Pixuleco” inviabiliza reação do PT no Congresso e dá fôlego a impeachment

Após 15 dias de trégua graças ao recesso parlamentar, o PT planejava virar a página da turbulenta relação com o Congresso Nacional a partir desta semana

Leia a matéria completa
Publicidade

Na última sexta-feira, a família de Renato Duque assinou contrato com o escritório Arns de Oliveira & Andreazza, de Curitiba, que conduziu a delação dos ex-executivos da Camargo Corrêa, Eduardo Leite e Dalton Avancini. Os antigos advogados de Duque, Alexandre Lopes, Renato de Moraes e João Balthazar de Matos, comunicaram à Justiça nesta segunda-feira que renunciaram à defesa do acusado.

Apontado como ex-dirigente ligado ao PT, Renato Duque ocupou a Diretoria de Serviços da Petrobras entre 2003 e 2012, durante os dois mandatos do ex-presidente Lula e o início do primeiro mandato de Dilma. Preso desde março deste ano, em Curitiba, Duque está detido no Complexo Médico-Penal, em Pinhais (PR) e está bastante abatido, segundo pessoas que estiveram com ele nesta semana.

Para que a delação seja aceita, o ex-diretor deve apresentar colaborações para as ações penais e inquéritos em curso, que o envolvem diretamente, mas também apresentar novos fatos que ajudem a PF e o MPF a apurar crimes de corrupção envolvendo a estatal. Em troca, o dirigente teria sua pena reduzida, em caso de condenação.

Duque é acusado de chefiar um dos grupos que fraudava licitações em benefício de empresas que pagavam propina a ele e ao PT. Sua relação com o esquema de corrupção na estatal foi denunciado por seu ex-braço direito e um dos delatores da Lava-Jato, o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco.

Publicidade