![Duque volta para carceragem da PF na tentativa de propor delação premiada | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2016/07/0921a404e11ca24c252b701c4a71c56c-gpLarge.jpg)
O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque foi transferido na quarta-feira (20) para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, a pedido de seus advogados. Ele estava no Complexo Penal Médico de Curitiba. Sua intenção é retomar conversas com seus defensores para propor um nova tentativa de delação premiada com a Justiça. O pedido de transferência ocorreu com a anuência do Ministério Público e foi autorizado na terça-feira pelo juiz da 13ª Vara Federal Criminal em Curitiba, Sergio Moro.
Duque tentou fechar acordo com o Ministério Público Federal (MPF) em agosto do ano passado – na época, ele contratou o advogado Marlus Arns, que participou dos acordos de delação de Eduardo Leite e Dalton Avancini, ligados à Camargo Corrêa. No entanto, as negociações não foram adiante. Agora o defensor que levará adiante o pleito do ex-diretor da Petrobras é Adriano Bretas, que participou da negociação o acordo de colaboração de Alberto Youssef. A expectativa é de que o diretor apresente informações sobre beneficiários de propina na Petrobras que estavam acima dele na estrutura hierárquica da estatal.
Duque já foi condenado em três ações a penas que, somadas, chegam a quase 51 anos de prisão em regime fechado. Entre os réus da Lava Jato sem acordo com a Justiça, ele está entre aqueles com maior pena a cumprir. Nas ações, o ex-diretor é acusado de receber propinas de empreiteiras e lobistas para direcionar contratações na Petrobras Ele é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Duque foi preso pela primeira vez em novembro de 2014, durante a Operação Juízo Final. No mês seguinte, o ministro do STF Teori Zavascki concedeu habeas corpus para libertá-lo, mas o ex-diretor ficaria poucos meses longe de Curitiba. Em março de 2015 Moro decretou nova prisão após descobrir que ele movimentou dinheiro não declarado no exterior após o início das investigações. O ex-diretor tinha uma rede de contas para receber propina fora do Brasil.
Nos inquéritos e nas ações penais da Lava Jato, o ex-diretor é citado como o elo de corrupção do PT dentro do esquema da Petrobras. As investigações revelaram que ele chegou a combinar com o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto valores e formas de repasses de propina para ele e para o PT.
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