PT poderá não apoiar Cunha para disputar presidência
O líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Vicentinho (SP), disse que o partido definirá na próxima terça-feira (9) seu candidato para a presidir a Casa no próximo biênio. O petista admitiu que a bancada poderá apoiar um parlamentar de outro legenda. "Temos direito de apresentar o nosso nome ou um nome de outro partido", declarou.
Vicentinho negou que a posição do PT seja de "afronta" à candidatura do peemedebista Eduardo Cunha (RJ). O líder da bancada do PMDB lançou-se nesta semana como candidato à sucessão do também peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN), enterrando de vez as expectativas dos petistas de manter o rodízio entre PT e PMDB na presidência da Casa. O deputado evitou comentar a candidatura de Cunha. "Prefiro responder que temos nomes melhores", disse.
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O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) chegou nesta quinta-feira (4) a Curitiba para compromissos de campanha para a presidência da Câmara dos Deputados. Ele desembarcou por volta das 16 horas no Aeroporto Bacacheri, na capital, onde conversou com a imprensa. Depois, ele seguiu para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para um encontro com o presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB) e outros deputados.
Em seguida, Cunha se reuniu com o governador Beto Richa (PSDB), alguns deputados e secretários de estado por volta das 17 horas no Palácio Iguaçu. Após isso, o deputado participou de uma reunião com o prefeito Gustavo Fruet (PDT) a portas fechadas. À noite, um jantar aconteceu entre Cunha e os deputados paranaenses. Mas, o PT no estado enviou uma resposta ao convite afirmando que nenhum deputado do partido compareceria.
"Time que quer ganhar campeonato não escolhe adversário", disse Cunha sobre possíveis candidaturas adversárias - especula-se em torno de nomes do PT e do PSD. "Pretendo conquistar os 512 deputados, fora eu que completo o número 513. Vamos conversar com todos", afirmou Cunha, que já tem apoio oficial do Solidariedade e do PSC. Conforme o parlamentar, PTB e PR, além da bancada ruralista da Câmara, devem declarar apoio a ele até o final do mês.
Cunha comentou uma de suas propostas, que é equiparar os salários dos deputados ao teto do funcionalismo. Ele disse que a proposta não é uma estratégia para vencer a eleição. "Dentro da Constituição está prevista a equalização de subsídios dos parlamentares e membros do Poder Legislativo e Judiciário. A gente vai apenas fazer isso", disse.
De acordo com ele, a medida não é contrária à proposta de cortar os custos da Câmara. "O que a gente tem que fazer é não aumentar o custo do parlamento para a sociedade, mas quando a gente busca uma redução de custos, busca otimizar sua utilização", afirmou o deputado. "O parlamento é o custo da democracia. Se ele é caro ou é barato, é o que custa manter a democracia", finalizou.
Independência
O deputado federal prega a independência e autonomia da Câmara dos Deputados em relação aos outros poderes. "O que a gente quer é ter um parlamento que possa ser uma Câmara de fato independente", afirmou. "O PMDB faz parte da base do governo e não tem razão nenhuma de construir uma candidatura que seja de oposição, mas ao mesmo tempo não vamos aceitar nem pregar nenhum tipo de submissão ao governo", disse sobre a relação com o Executivo.
Cunha comentou ainda sobre seus posicionamentos às vezes contrários aos da presidente Dilma Rousseff (PT). O parlamentar chegou a liderar rebeliões da base aliada e impôs diversas derrotas ao governo em votações na Câmara. "Temos equilíbrio para saber a diferenças entre propostas que ajudam na governabilidade e nas posições ideológicas que cada um tem", afirmou.
Agenda
O peemedebista passou a noite em Curitiba e nesta sexta-feira (5) segue para Florianópolis e, em seguida, para Porto Alegre para cumprir agenda de campanha.
Eduardo Cunha em Curitiba
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