O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu para ser substituído no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que está analisando processo contra o peemedebista. Em seu lugar, votará o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS). Faria de Sá era considerado um voto garantido contra punição a Cunha no órgão. Moraes disse à reportagem na manhã desta terça-feira (24) que ainda não decidiu sua posição. Suplente do conselho, ele afirmou ter sido comunicado pela presidente do partido, Cristiane Brasil (RJ), sobre a troca na última sexta-feira (20).
Depois de ser avisado que se tornaria titular do Conselho de Ética, Moraes enviou a amigos por Whatsapp um texto pedindo ajuda na sua decisão. Criticou Cunha, mas considerou que só ele, neste momento, poderia abrir processo de cassação contra a presidente Dilma Rousseff, questionando o que seria menos pior:
“Preciso saber de vocês qual o caminho que devo seguir. Se cassar o mandato do deputado Eduardo Cunha, que é acusado pela mídia nacional de ter uma conta no exterior com cerca de 5 milhões de dólares, as manchetes causam indignação e vergonha para todos nós brasileiros ressaltando, que o deputado ainda não foi julgado (…) Por outro lado, vem a grande dúvida. A única autoridade nesse país que pode abrir o processo de impeachment da presidente Dilma é o presidente da Câmara, no caso Eduardo Cunha. Se cassarem Cunha, Dilma permanece com sua quadrilha, que juntos já desviaram mais de R$ 4 bilhões, sendo que nesse grupo já temos várias pessoas condenadas e presas (…) Dito isto, quero repartir com vocês a cruel dúvida: se cassar Eduardo Cunha estaremos dando uma carta de liberdade por mais três anos para Dilma e seu grupo, se não cassarem Eduardo Cunha estaremos sendo presididos por um suposto estelionatário do dinheiro publico”, segundo trechos do texto de Moraes.
Polêmico, Moraes foi afastado da relatoria de um processo no Conselho de Ética, em 2009, contra o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), suspeito de uso irregular de verba indenizatória, para pagar serviços prestados por uma empresa de segurança de sua propriedade, um castelo de R$ 25 milhões no interior de Minas Gerais. Na ocasião, declarou que Moreira era “boi de piranha” e que se lixava para a opinião pública.
Em 2013, o petebista foi apontado por colegas deputados como defensor de Natan Donadon, cassado na primeira sessão com voto aberto, no plenário. Na ocasião, Moraes declarou que a Câmara só cassava “peixe pequeno” e não agia contra o alto clero, em referência aos envolvidos no escândalo do mensalão.
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