O aparato de Segurança Pública vai colocar 800 policiais militares para trabalhar na manifestação neste domingo (13), em Curitiba. O efetivo é o dobro do aplicado no último clássico Paraná e Coritiba, ocorrido há uma semana.
A informação foi divulgada pelo coordenador da operação major Alex Breunig, do 12º Batalhão da Polícia Militar, unidade responsável pelo evento. “É o efetivo aplicado para uma final de campeonato paranaense”, contou, em entrevista pelo telefone, nesta sexta-feira (11).
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Leia a matéria completaAlém dos militares, mais 50 policiais civis e agentes da Polícia Científica também estarão no evento. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), a previsão atualizada com base nas redes sociais de manifestantes é de 20 mil, mas há uma expectativa nas polícias que o número chegue a 40 mil. Em março do ano passado, a PM estimou 80 mil na manifestação em Curitiba.
Apesar da grande mobilização do efetivo, o risco de confronto é muito menor que o dos jogos de futebol. De acordo com ele, a convocação aconteceu em razão da natureza do evento.
Os manifestantes se concentrarão na Praça Santos Andrade, mas passarão pela Avenida Marechal Deodoro e acessarão a Praça Osório pela Boca Maldita. O evento começará por volta das 14h. “Até agora não houve nenhuma informação que indicasse que pode haver confronto entre manifestantes”, afirmou. No caso dos jogos de futebol, a maior concentração, dentro do estádio, fica parada.
A reportagem teve acesso a algumas escalas publicadas nos batalhões, de Curitiba. O 12 º Batalhão vai contar com apoio até de 99 policiais militares que estão lotados no Quartel do Comando Geral, além de pelo menos 50 policiais do 13º Batalhão. Parte do efetivo do 23º Batalhão deverá trabalhar, prioritariamente, nos jogos do Campeonato Paranaense que acontecerão no domingo.
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Leia a matéria completaSegundo Breunig, os dois eventos esportivos não devem atrapalhar a segurança na manifestação. De acordo com a convocação publicada nos batalhões, todo policial fardado estará portanto sua arma, colete balístico, cinto completo e um bastão, além de seu capacete.
Estratégia
Toda operação começará por volta das 9h de domingo, quando policiais de algumas unidades devem chegar à Praça Santos Andrade, ponto de encontro para o começo da operação. No local, segundo um oficial experiente em planejamento de ações deste gênero, os policiais já começam a identificar possíveis problemas, suspeitos, entre outras preocupações, como tráfego intenso.
Ao longo do dia, o efetivo policial aumentará na região. Tudo será monitorado por mais de mil câmeras da cidade interligadas ao Centro Integrado de Comando e Controle, localizado na sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária, no Centro Cívico. Lá, estarão presentes representantes do Exército, da Agência Brasileira de Inteligência, guardas municipais e policiais estaduais.
Os policiais militares estarão acompanhando todo trajeto da manifestação. Muitos deles estarão à paisana, infiltrados. São os policiais militares reservados. Os fardados seguirão ao redor com motocicletas, cavalos e a pé. Haverá ainda um helicóptero disponível que enviará imagens em tempo real para o Centro.
Segundo o secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita, haverá bloqueios de ruas em um raio de duas quadras por onde passarão os manifestantes. Detalhes dos bloqueios não foram divulgados.
A PM ainda disponibilizará seis módulos móveis e a Polícia Civil trabalhará com a Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Grandes Eventos (Demafe).
Riscos
A reportagem apurou que a Polícia Militar tem considerado que a manifestação do dia 13 de março seja de risco baixo. Após a Central Única dos Trabalhadores e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra terem transferido suas manifestações para o dia 18, o risco diminuiu, mas as polícias têm se preparado para qualquer imprevisto. Haverá, inclusive, a tradicional equipe para pronto emprego do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), além da Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam).
Para o secretário, não é possível medir o tamanho do risco no momento. “O nosso compromisso é monitorar toda movimentação em redes sociais, estradas, fora delas, para que a gente se prepare no caso de haver uma divergência. Em todas as manifestações aconteceram questões pontuais, mas de pequena monta”, afirmou Mesquita.
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