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O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PI), disse nesta terça-feira que espera o comparecimento espontâneo do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, à CPI para prestar esclarecimentos.

- O ministro tem que aproveitar boa vontade da CPI e vir esclarecer os fatos que contradizem seu depoimento - afirmou o senador.

Na semana passada, em depoimento na comissão, o caseiro Francenildo Santos Costa disse que viu o ministro diversas vezes em uma casa alugada por Vladimir Poleto em Brasília. Poleto foi assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP). O ministro negou, na CPI, que tenha estado na casa e a assessoria do Ministério da Fazenda reafirmou, após o depoimento de Francenildo, que Palocci nunca esteve na casa.

O depoimento do caseiro foi suspenso por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou argumento do senador Tião Viana (PT-AC) de que o depoimento não tinha objetivo definido na criação da comissão.

- Estão entrando em questões de ordem pessoal - disse Viana, acrescentando que diversos contratos de Ribeirão Preto já foram investigados sem que se encontrassem irregularidades contra Palocci.

Além disso, a CPI quer esclarecimentos do presidente da Caixa sobre a quebra de sigilo do caseiro, que teve divulgados na semana passada seus extratos bancários, sem que isso tivesse sido autorizado.

Para tentar evitar novas contestações junto ao STF, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), está reunindo assinaturas para ampliar o foco de trabalho da CPI. Ele inclui no requerimento, por exemplo, investigações sobre irregularidades da administração de Ribeirão Preto e o assassinato do prefeito Celso Daniel. O senador acredita que a ampliação do foco possa acabar com a "pendenga" com o Supremo.

- Reforça também a idéia de que há vontade política inabalável no Congresso para investigar - observou.

O presidente da comissão nega que as investigações estejam fora do foco e considera desnecessário requerimento para ampliação. Efraim Morais questionou por que a base governista não entrou antes no STF.

- A verdade é que eles, o governo, não esperavam que a CPI chegasse aonde chegou. Agora, chegou a um ponto onde é difícil recuar - afirmou.

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