Forças Armadas vão atuar com 3,5 mil homens para garantir eleições em 27 favelas do Rio

As ações de reforço da segurança nas eleições do Rio de Janeiro, denominadas de Operação Guanabara, começam nesta quinta-feira (11), com um efetivo mínimo de 3.500 homens das Forças Armadas. Eles vão atuar em 27 comunidades da Grande Rio e no município de Campos, no norte do estado.

O contingente é formado por militares do Exército e da Marinha e contará com apoio do 4.º Batalhão de Infantaria, sediado em Juiz de Fora (MG). O comando geral da operação é do general de divisão Rui Monarca da Silveira. Cada comunidade será ocupada por, no mínimo, 500 soldados.

No primeiro dia, serão ocupadas sete comunidades do Rio de Janeiro em Cidade de Deus, Rio das Pedras e Gardênia Azul, todas na zona oeste, e Vila do João, Vila dos Pinheiros, Conjunto Esperança e favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, além de Campos. As comunidades da Maré ficarão a cargo dos Fuzileiros Navais e as demais, do Exército.

O pedido de tropas foi feito pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e autorizado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de garantir a realização de campanhas políticas em comunidades dominadas por milícias ou pelo tráfico de drogas.

As informações foram divulgadas nesta quarta (10) pelo coronel André Novaes, do Comando Militar do Leste (CML). Segundo o oficial, os soldados ficarão três dias em cada comunidade. Em cada local o comando será feito por um general, que coordenará toda a operação de segurança, incluindo a Polícia Militar.

"Os objetivos são garantir o processo eleitoral em algumas cidades do Rio de Janeiro e assegurar os direitos básicos do cidadão, como ir e vir, de se expressar e ter direito de escolha", disse Novaes.

Serão utilizados helicópteros do Exército e da Marinha e o uso de blindados não é descartado. De acordo com Novaes, se houver violência por parte de criminosos, os militares poderão responder, "com meios proporcionais".

As prisões de civis, se ocorrerem, serão encaminhadas para as delegacias de polícia. A fiscalização de eventuais irregularidades eleitorais serão feitas por fiscais do TRE, com apoio dos militares.

As outras comunidades que terão presença das Forças Armadas são as seguintes: Vila Aliança, Taquaral e Coréia, Rocinha e Vidigal, Jacarezinho, Antares, Carobinha e Barbante, Lixão e Gramaxo, Pilar e Beira Mar, Acari, Amarelinho e Sapo, Salgueiro (São Gonçalo), Alemão e Vila Cruzeiro.

A escolha das localidades foi feita pelo TRE, depois que políticos e jornalistas foram intimidados por homens do tráfico ou de milícias, que apoiam seus próprios candidatos.