Para os filhos, Gleisi já é a prefeita
Gleisi Hoffmann (PT), de 42 anos, já é a prefeita Curitiba ou já está eleita. Pelo menos para dois curitibaninhos, que pronunciam frases como "mamãe, a senhora e o Beto Richa são os prefeitos de Curitiba" e "quando a senhora vai virar prefeita?". Tudo porque eles querem, o mais rápido possível, a presença constante da mãe novamente em casa. Os responsáveis por essas afirmações são João Augusto, de 6 anos, e Gabriela Sofia, de 2 anos, filhos da petista com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
"O João Augusto sempre diz que gostaria de chegar em casa e encontrar a mãe e o pai", conta dona Gegê (Getúlia), mãe de Gleisi e que a ajuda a cuidar das crianças. "Durante as campanhas, perco mesmo um pouco da convivência familiar e fico sem tempo para qualquer outra coisa. Converso com meus filhos, que não entendem muito. Mas percebi que ser candidata era a minha missão de vida", conta Gleisi Hoffmann. (CCL)
O desejo de Gleisi Hoffmann (PT), quando adolescente, era ser freira. Mas para isso, deveria ir morar em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, onde estudaria. Mas o pai a vetou, por temer o fato de ela ter de morar sozinha. Depois de ter de desistir do sonho e deixar a Escola Nossa Senhora da Esperança, foi estudar no Colégio Medianeira, onde aprendeu que "a visão cristã de igualdade e fraternidade poderia se materializar por meio da ação política".
Com esse pensamento, Gleisi passou a integrar a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas e Grêmio Estudantil do Cefet, onde estudou Eletrotécnica. O envolvimento político a levou a fazer parte da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Logo em seguia, optou por estudar Direito e formou-se advogada.
"Ela tinha uma posição de destaque no movimento estudantil, tanto que ocupou cargo de direção na Ubes", lembra o colega de partido e vereador André Passos, que também estudou no Medianeira.
A partir dessa atuação na política estudantil durante a juventude, lutar por um cargo eletivo era questão de tempo. "A Gleisi, de fato, era empolgada em ser freira. Chegava em casa, da escola, e punha pano na cabeça e se vestia como freira. Mas depois, quando foi para o Medianeira, havia lá um professor meio de esquerda que a incentivava a fazer política", disse dona Gegê, mãe da candidata, contanto que a filha sempre foi independente e que ninguém tirava da cabeça dela entrar para a política. Daí, chegar à presidência estadual do PT e disputar a prefeitura de Curitiba, foram alguns pulos. Mas sempre com muita reza.
Senado
Um desses pulos ocorreu em 2006, quando ela conquistou 2.299.088 e quase elegeu-se senadora. Até até então não pensava em ser candidata. Tudo começou em 2005, quando foi cobrada por algumas mulheres, que insistiram para que ela se candidatasse.
No início, a insistência era para que fosse candidata a deputada federal, em substituição a Paulo Bernardo, que não disputaria a reeleição ao cargo no ano seguinte. Mas herdar os votos do marido e a idéia de ser apenas uma substituta para ele, não agradaram a Gleisi, mesmo com enormes chances de vitória. Já bastavam as críticas de que ela vivia à sombra dele. Há quem a acuse de só ter obtido uma carreira pública após conhecê-lo, os dois como militantes petistas. Eles trabalharam juntos na Câmara Federal ele deputado e ela assessora. Mas antes, ela já havia trabalhado na Câmara Municipal de Curitiba. Gleisi, que filiou-se ao PT em 1989, antes era filiada ao PCdoB.
Além de atuar com Paulo Bernardo no Congresso Nacional, ela foi secretária estadual do Mato Grosso do Sul, no governo de Zeca do PT, quando ele também foi secretário daquele estado. Depois, Gleisi foi secretária em Londrina, reduto eleitoral do marido. E após o PT chegar ao poder no país, com a eleição de Lula, ela foi trabalhar na Itaipu e marido virou ministro do Planejamento. A partir daí, tem costurado o poder dentro do partido, tanto que é a atual presidente estadual da sigla.
Além da campanha, são raras as coisas com as quais Gleisi tem se preocupado. Tudo por falta de tempo. Nem as unhas, detalhe indispensável para uma mulher, ela tem tido tempo para fazer. Ela já chegou a ficar mais de 15 dias sem ir à manicure. Ultimamente, tem usado apenas creme para as mãos e lixado as unhas. "Em uma loja, por exemplo, para ver novidades da moda, faz tempo que sequer passo na frente." O cabelo, porém, ela não descuida. Afinal, a imagem, em uma campanha, é fundamental. E também, ela aprendeu a deixar o penteado impecável com a mãe, dona Gegê, cabeleireira na Vila Guaíra.
Mas todas os sacrifícios, segundo a candidata, serão recompensados com a possível eleição para a prefeitura de Curitiba.
Filhos e marido
Independentemente de todos os desafios, de uma coisa Gleisi tem certeza. Quando a campanha acabar, tendo ela vencido ou não, vai comemorar em casa, com os filhos e o marido. Paulo Bernardo vai fazer, para a ocasião, penne ao molho ao sugo, o prato preferido dela. (O Paulo é excelente cozinheiro." Depois, quem sabe, assistir novamente ao filme Desafiando Gigantes, uma produção que mostra justamente a história de um técnico de futebol americano de uma escola que não conseguia ser vitorioso (nem na vida profissional nem pessoal), porém, nunca desistiu e sempre acreditou no poder da fé.
Assim, a menina que nasceu Grace Kelly, em homenagem à falecida atriz e princesa de Mônaco, mas que foi registrada pelo pai, Júlio, como Gleisi ele achou que a pronúncia Greici estivesse errada , poderá voltar a usufruir das mordomias e vaidades de uma simples mulher. Sempre, no entanto, na batalha política, "mas sem perder a ternura jamais".
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