A candidata Gleisi Hoffmann (PT), que disputa a prefeitura de Curitiba, afirmou que a prioridade do seu mandato, caso seja eleita, será a saúde pública. A petista foi entrevistada por jornalistas da Gazeta do Povo, na tarde desta terça-feira (9), e também respondeu a perguntas feitas por leitores. Gleisi também citou o transporte coletivo, a segurança e as vagas em creches como pontos falhos da atual administração. Clique aqui e leia a entrevista na íntegra.
O fato de ser a única mulher na disputa pela prefeitura tanto ajuda, quanto atrapalha na campanha, segundo a candidata. "Ouço muito nas ruas que a população quer uma mulher no governo. Somos diferentes dos homens (na educação e culturalmente, por exemplo) e as pessoas querem nos testar", afirmou. "Ainda temos uma sociedade com resquícios machistas. Alguns acham que ficarei chorando, que não terei pulso para governar. Mas não é assim", disse Gleisi, que afirmou estar preparada para administrar a cidade. No geral, a candidata disse que o fato de ser mulher tanto ajuda quanto pode atrapalhar um pouco, dependendo do eleitor.
A candidata afirmou que as pesquisas de intenção de voto que mostram Beto Richa (PSDB) - candidato à reeleição -, com vantagem na disputa não a desanimam. Ela acredita que haverá segundo turno em Curitiba. "As pessoas são muito receptivas com a minha candidatura", afirmou. Gleisi adotou o mesmo discurso usado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para vencer em 2002: "a esperança vai vencer o medo".
Gleisi diz que vai buscar os votos dos eleitores indecisos. "Curitiba pode mudar para melhor. Temos que ousar mais. O eleitor tem que pensar muito e se tiver alguma dúvida vote pelo segundo turno. Assim teremos mais tempo de debate", disse. A candidata explicou que não vai mudar o tom da campanha até as eleições. "Não vou começar a bater em ninguém", disse.
Gastos de campanha
Gleisi Hoffmann não citou de onde vêm os recursos da campanha dela, mas prometeu colocar os nomes dos doadores no site que mantém na internet. "Tenho falado com todas as empresas possíveis, tudo dentro da lei. De cabeça, não me lembro dos doadores da campanha", afirmou. A candidata citou apenas o PT nacional como uma das fontes de arrecadação. O apoio do presidente Lula também é citado como um fator positivo na campanha.
Redução dos cargos de comissão e gastos com publicidade
Caso eleita, Gleisi prometeu cortar pela metade os cargos em comissão da prefeitura municipal. A candidata também diz que vai criar um portal da transparência na internet, nos mesmos moldes do utilizado pelo governo federal. "Sou contra colocar quanto ganha um servidor, por questões de segurança. Isso poderia gerar problemas com a violência para alguns", explicou.
Os gastos com publicidade da prefeitura também serão reduzidos, se Gleisi for eleita. "Pretendemos redirecionar os gastos com publicidade. Por exemplo, podemos criar campanhas para orientar as pessoas sobre a separação do lixo. Precisamos mostrar como isso é importante", disse. Para Gleisi, o atual prefeito investe muito para divulgar as obras que faz, mas não coloca recursos em campanhas educativas.
Transporte público
O transporte coletivo é apontado como a grande solução para os problemas do trânsito em Curitiba, para a candidata Gleisi. "Precisamos aumentar o número de ônibus e não diminuir o tamanho dos veículos". As reformas nos terminais de ônibus também são apontadas pela candidata como necessárias para melhorar o sistema.
Gleisi propõe o "bilhete inteligente" para o transporte coletivo. "Propomos que o usuário com a mesma passagem, durante duas horas, possa pegar outros ônibus. Também queremos criar corredores exclusivos para os ligeirinhos, que hoje não conseguem se locomover com agilidade".
Pela proposta do bilhete inteligente, o usuário pagaria R$ 1,90 pelo bilhete e poderia andar durante o período de duas horas em quantos ônibus quisesse. Segundo a candidata, isso não iria onerar o preço da passagem e com a tecnologia existente seria possível evitar fraudes.
Saúde pública e integração com a região metropolitana
Para a candidata não há problemas em moradores de outros municípios da região metropolitana buscar atendimento de saúde em Curitiba, pois a capital tem mais recursos. Isso poderia ser resolvido com um processo de integração. Curitiba teria que liderar isso, compartilhando, analisando e conversando com os prefeitos da RMC, diz a candidata. Dessa forma, segundo Gleisi, seria possível resolver vários problemas, como o da saúde por exemplo.
Futuro político
Gleisi Hoffmann disse que não está pensando no ano de 2010 e que não entrou na campanha pensando nisso. "Acho muito ruim esse debate agora", disse. A candidata também afirmou que ainda não pensou em alianças para a campanha. Leia outros detalhes sobre a entrevista com Gleisi Hoffman no Blog do Minuto
Próxima entrevista
O candidato Carlos Moreira Júnior (PMDB) será o entrevistado na quarta-feira (10), a partir das 13h30. Os leitores podem enviar perguntas pelo endereço eletrônico sabatinas@gazetadopovo.com.br. Não serão aceitas perguntas ofensivas. A Gazeta do Povo Online vai acompanhar a entrevista em tempo real, a partir das 13h30.
Leia na edição de quarta-feira (10) do jornal Gazeta do Povo toda a cobertura sobre a entrevista com Gleisi Hoffmann
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