O candidato a prefeito de São Miguel dos Campos pelo PRB, Gustavo Bulhões, é acusado pelo Ministério Público Eleitoral de Alagoas de utilizar uma rádio local em benefício de sua campanha. Na quarta (20), o candidato foi preso - e liberado em seguida - pela Polícia Federal por supostamente ter deixado de veicular na rádio o horário eleitoral gratuito de terça (19), primeiro dia da propaganda política.

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Nesta quinta (21), o MP diz ter entrado com uma representação contra o candidato e contra a rádio em que pede multa por propaganda eleitoral antecipada no rádio e utilizar o veículo para atacar adversários. O MP diz que, embora oficialmente Gustavo Bulhões não seja dono da rádio, ele a comanda.

"De fato, ele que é dono, ele que comanda, ele quem emprega e desemprega, é a ele que se reportam todos em relação à rádio. Não sei dizer porque não está no nome dele", disse o promotor eleitoral Magno Alexandre Moura. "Estou tentando materializar provas para entrar com uma ação de investigação eleitoral [sobre o uso indevido da rádio], que pode resultar na cassação do registro de candidatura."

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O candidato disse que não foi preso, apenas prestou esclarecimentos na sede da PF. O MP e a PF, porém, afirmam que houve mandado de prisão e que ele apenas não seguiu detido. Bulhões negou ser dono da rádio e utilizá-la para se beneficiar. Segundo ele, como funcionário, não tem poder sobre a programação. "Há mais de 60 dias me afastei da rádio, da qual não sou dono, sou radialista. (...) Não sou dono de rádio, tenho provas disso."

De acordo com Gustavo Bulhões, o programa eleitoral foi transmitido e o operador de audio é testemunha. "Foi veiculado sim. Vou apresentar para a Justiça um ofício em que o operador de áudio diz que iria mil vezes em frente da juíza expor o que aconteceu."

Segundo ele, foi uma "grande tolice" não ter gravado a programação. "Fizemos uma grande tolice, que foi não gravar os programas políticos. Digo ‘nós’ porque estou há 12 anos nessa empresa. (...) Por que não divulgaríamos [o programa eleitoral] se seria minha primeira aparição? Para que daria tiro no pé?".

Novas representações

Na representação protocolada nesta quinta, o promotor eleitoral disse que pediu multa de R$ 5 mil a R$ 100 mil ao candidato e de R$ 20 mil a R$ 100 mil para a rádio.

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Segundo o promotor, ele pediu ainda a suspensão de toda a programação da rádio por um período de 24 horas por propaganda antes de 5 de julho e por atacar adversários na rádio durante a programação normal.