Segurança pública e saúde são as áreas que mais preocupam a população de Curitiba. De acordo com a pesquisa do Ibope/RPC/Gazeta do Povo, 66% dos entrevistados apontaram a segurança pública como a área que enfrenta mais problemas na capital, seguida da saúde, com 59%.
Embora a segurança não seja um tema de competência direta dos municípios, a cientista política Luciana Veiga, da UFPR, revela que o problema pode ser enfrentado nas cidades por dois caminhos. O primeiro deles é o aumento do contingente policial. "Embora o papel da Polícia Militar e da Guarda Municipal sejam diferentes, o aumento no número de guardas ajudaria a melhorar a segurança na cidade." Em segundo lugar, diz ela, o município pode atuar de maneira preventiva, evitando que crianças em situação de risco fiquem nas ruas.
Já no que se refere à saúde, Luciana afirma que o tema sempre é uma preocupação da população, em qualquer cidade brasileira. "É tão central a preocupação que não quer dizer que esteja ruim, mas que tem de ser prioridade." Na avaliação da socióloga Louise Nazareno, desde o início da década de 90 tanto a área de saúde, como a de segurança, vêm sendo apontadas como problemáticas não só em Curitiba, mas em várias capitais brasileiras.
A pesquisa ainda mostra que a segurança pública é o tema que mais preocupa a população curitibana com renda familiar maior (acima de cinco salários mínimos); 74% entrevistados nessa faixa salarial estão preocupadas com a violência. Já entre a população com menor renda (até dois salários mínimos), a saúde é o principal problema da cidade. Nessa faixa salarial, 64% dos curitibanos apontam as falhas no sistema de atendimento médico como o assunto que mais os preocupa.
Essa diferença de percepções, diz Luciana, ocorre porque a população de menor renda usa mais os postos de saúde do que as famílias com renda acima de cinco salários mínimos. "Aumentando a renda, amplia a possibilidade das pessoas pagarem planos de saúde." (RD)
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