Governo teme falta de quórum
Kátia Chagas
O governo está preocupado com a possibilidade de esvaziamento das sessões na Assembléia Legislativa nesta reta final da campanha eleitoral. Dos 54 deputados, 12 são candidatos a prefeito.
Duas mensagens do governo começaram a tramitar ontem na Casa, reajustando em 10% os salários dos professores e concedendo aumento de 20% para professores universitários com título de especialista. Temendo falta do quórum mínimo de 28 deputados necessários para votar os projetos, o líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), fez um apelo ontem aos deputados candidatos para que não tirem licença.
O presidente da Assembléia, Nelson Justus (DEM), afirmou ontem que não há motivo para mudar o horário das votações por causa da campanha e também defende que os deputados têm condições de conciliar as sessões com a campanha. Ontem, participaram da sessão 38 deputados.
Na Câmara de Curitiba, as sessões têm sido relâmpago neste período eleitoral. Ontem a sessão que começou às 9 horas foi encerrada por volta das 11 horas. Em pouco mais de duas horas, os vereadores votaram os dez temas que estavam na pauta do dia. Entre eles, a aprovação ao veto do prefeito Beto Richa (PSDB) ao projeto que trata do assédio moral no serviço público municipal.
"Essa questão causou polêmica na sessão de ontem, mas se não fosse em período eleitoral, a discussão iria até as 14 horas, no mínimo. Nesse período, os vereadores querem que as sessões terminem logo para tocarem suas campanhas", comentou o vereador Paulo Salamuni (PV), que é candidato à reeleição. O vereador considera até benéfico para a cidade esse efeito colateral do período de campanha nas vo tações na Câmara. "As discussões ficam mais objetivas, as votações são mais rápidas e os problemas tendem a se desenrolar com mais agilidade", afirmou.
Mas não é apenas a pressa para seguir para a campanha a culpada por essa objetividade momentânea. "Há uma angustia em ficar dentro do Plenário e não ser visto pelos eleitores", disse o veredor André Passos (PT), que não concorrerá à reeleição este ano.
Desde 4 de agosto, as sessões na Câmara passaram para o período da manhã. "Com essa mudança, podemos cumprir nossas obrigações na Câmara pela manhã e aproveitar o resto do dia para a campanha. Se fosse diferente, seria mais complicado para o andamento dos trabalhos aqui", disse o vereador Tito Zeglin (PDT), que presídio a sessão relâmpago de ontem.
Se a mudança no horário não tem garantido longas sessões deliberativas, ao menos tem conseguido manter a presença dos vereadores na Casa. Segundo levantamento divulgado pela Câmara, na primeira semana de trabalho, 28 vereadores tiveram 100% de presença.
Brasília
No Congresso, a dificuldade tem sido manter os parlamentares em Brasília nesse período de eleição municipal. Na tentativa de evitar um esvaziamento do Senado neste período, o presidente do Senado e do Congresso, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse ontem que 41 senadores ficaram de plantão no Senado. De acordo com Garibaldi, o plantão permite que haja quórum em todas as sessões.
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