Tito Zeglin: sessões de manhã facilitam o andamento dos trabalhos na Câmara| Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo

Governo teme falta de quórum

Kátia Chagas

O governo está preocupado com a possibilidade de esvaziamento das sessões na Assembléia Legislativa nesta reta final da campanha eleitoral. Dos 54 deputados, 12 são candidatos a prefeito.

Duas mensagens do governo começaram a tramitar ontem na Casa, reajustando em 10% os salários dos professores e concedendo aumento de 20% para professores universitários com título de especialista. Temendo falta do quórum mínimo de 28 deputados necessários para votar os projetos, o líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), fez um apelo ontem aos deputados candidatos para que não tirem licença.

O presidente da Assembléia, Nelson Justus (DEM), afirmou ontem que não há motivo para mudar o horário das votações por causa da campanha e também defende que os deputados têm condições de conciliar as sessões com a campanha. Ontem, participaram da sessão 38 deputados.

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Na Câmara de Curitiba, as sessões têm sido relâmpago neste período eleitoral. Ontem a sessão que começou às 9 horas foi encerrada por volta das 11 horas. Em pouco mais de duas horas, os vereadores votaram os dez temas que estavam na pauta do dia. Entre eles, a aprovação ao veto do prefeito Beto Richa (PSDB) ao projeto que trata do assédio moral no serviço público municipal.

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"Essa questão causou polêmica na sessão de ontem, mas se não fosse em período eleitoral, a discussão iria até as 14 horas, no mínimo. Nesse período, os vereadores querem que as sessões terminem logo para tocarem suas campanhas", comentou o vereador Paulo Salamuni (PV), que é candidato à reeleição. O vereador considera até benéfico para a cidade esse efeito colateral do período de campanha nas vo tações na Câmara. "As discussões ficam mais objetivas, as votações são mais rápidas e os problemas tendem a se desenrolar com mais agilidade", afirmou.

Mas não é apenas a pressa para seguir para a campanha a culpada por essa objetividade momentânea. "Há uma angustia em ficar dentro do Plenário e não ser visto pelos eleitores", disse o veredor André Passos (PT), que não concorrerá à reeleição este ano.

Desde 4 de agosto, as sessões na Câmara passaram para o período da manhã. "Com essa mudança, podemos cumprir nossas obrigações na Câmara pela manhã e aproveitar o resto do dia para a campanha. Se fosse diferente, seria mais complicado para o andamento dos trabalhos aqui", disse o vereador Tito Zeglin (PDT), que presídio a sessão relâmpago de ontem.

Se a mudança no horário não tem garantido longas sessões deliberativas, ao menos tem conseguido manter a presença dos vereadores na Casa. Segundo levantamento divulgado pela Câmara, na primeira semana de trabalho, 28 vereadores tiveram 100% de presença.

Brasília

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No Congresso, a dificuldade tem sido manter os parlamentares em Brasília nesse período de eleição municipal. Na tentativa de evitar um esvaziamento do Senado neste período, o presidente do Senado e do Congresso, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse ontem que 41 senadores ficaram de plantão no Senado. De acordo com Garibaldi, o plantão permite que haja quórum em todas as sessões.