O advogado da ex-ministra-chefe da Casa CivilErenice Guerra, Mário de Oliveira Filho, encaminhou à Polícia Federal um pedido para adiar o depoimento de sua cliente, agendado para as 9h da próxima segunda-feira (21). Segundo ele, a intenção é que Erenice seja a última pessoa a ser ouvida na investigação, pois é apontada como principal acusada.

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"Fiz uma petição ponderando que não existe nenhum acusado formalmente e que esta é apenas a fase preliminar de investigações, mas que todas as reportagens apontam para Erenice como principal acusada. No processo, o último a ser ouvido é o réu, pois ele tem que saber as acusações que foram feitas a seu respeito", declarou Oliveira.

Erenice Guerra foi apontada em reportagem da revista "Veja" em setembro de participar em um suposto esquema de tráfico de influência na Casa Civil, onde ela ocupou os cargos de secretária-executiva e ministra-chefe. A Capital Consultoria, empresa comandada por filhos da ex-ministra, intermediaria negociações de empresas com o governo por meio da facilitação de contratos.

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Segundo o advogado, Erenice se encontra muito abalada e está disposta a falar tanto à Polícia Federal quanto á imprensa. "Ela está muito triste, muito abalada. Ficou decepcionada com as denúncias. Ela está disposta a falar à imprensa mas, em primeiro lugar, ela tem que se manifestar no inquérito. Sempre instruo meus clientes nesse sentido, quem tem que investigar é a polícia, e não os outros. Depois nós falamos com a imprensa", afirmou.

Oliveira citou a defesa já apresentada por outras testemunhas no caso, como o que diz respeito à empresa de transporte de cargas MTA, supostamente beneficiada em contrato com os Correios, e à Unicel, empresa de telefonia que seria do marido de Erenice (José Roberto Camargo), segundo as denúncias. "Está muito bem representado", disse o advogado.

O empresário Fábio Baracat utilizou o escritório de Israel Guerra, filho da ex-ministra Erenice Guerra, para intermediar a renovação da licença da MTA Transportes Aéreos com a ANAC. Por esta renovação, a empresa conseguiu firmar um contrato com os Correios de aproximadamente R$ 60 milhões.

Na entrada do depoimento no dia 23 de setembro, o advogado de Baracat, Douglas Teles, disse que a reunião de seu cliente com Erenice foi apenas "um encontro social". Teles afirmou ainda que no encontro não teria sido discutido "nada relacionado a contratos ou negócios com o governo". O advogado afirmou ainda que Israel Guerra foi contratado apenas para fazer uma consultoria e não havia qualquer conotação política na relação dos dois. Teles deixou a Superintendência da PF junto com Baracat e nenhum dos dois deu entrevista.

Já o advogado de José Roberto Camargo, ouvido pela PF nesta quarta-feira (20), afirmou ao G1 que o dono da Unicel coincidentemente tem o mesmo nome do marido da ex-ministra. Vinícius Bicalho também disse que a reportagem responsável pelas denúncias foi mal apurada ou mal intencionada.

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O advogado de Erenice Guerra reforçou as críticas à reportagem da revista "Veja", que fez as denúncias no mês de setembro. "Ali houve uma dramatização dos fatos. O repórter fez ilações, dizendo que se aconteceu isso, aconteceu aquilo", afirmou Oliveira.