Emiliano Aguiar, advogado do ex-assessor da Casa Civil Vinícius Castro, afirmou nesta segunda-feira (27) que seu cliente irá ajudar nas investigações a respeito do suposto tráfico de influência no governo federal. "A postura é sempre de colaborar. No momento oportuno eles vão prestar os esclarecimentos que forem necessários", disse.
A Polícia Federal transferiu para quarta-feira (29) o depoimento de Vinícius Castro e da mãe dele, Sônia. Segundo Aguiar, o adiamento ocorreu porque ele havia pedido acesso aos depoimentos que já haviam sido colhidos pela PF na semana passada, mas até sexta-feira (24) isso não havia ocorrido. Ele pediu então que a data fosse remarcada para que houvesse tempo de estudar o que já foi levantado.
A mãe de Vinicius deveria depor às 9h30 desta segunda-feira (27). Ela foi à Superintendência da PF, mas não conversou com os jornalistas. Vinicius deveria depor por volta de 14h30 do mesmo dia.
Nesta terça-feira (28), os agentes da PF pretendem ouvir Marco Antonio de Oliveira, o tio de Vinicius, que também teria envolvimento em supostas ações de tráfico de influência no governo.
Marco Antonio é irmão de Sônia, uma das donas da Capital Consultoria e Assessoria, empresa que seria responsável por intermediar contratos de empresas privadas com órgãos do governo federal a partir da suposta influência da ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra.
O empresário Fábio Baracat, suspeito de envolvimento no suposto esquema de tráfico de influência na Casa Civil, depôs na última quinta-feira (23) por cerca de sete horas na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Ele deixou o local sem falar com a imprensa.
Segundo uma reportagem da revista "Veja", o empresário Fábio Baracat, apontado como dono da Via Net, participou de reuniões com a ministra Erenice Guerra intermediadas pelo filho dela, Israel Guerra. A Capital Consultoria e Assessoria pertence a Saulo Guerra, outro filho de Erenice, além de Sônia (mãe de Vinícius Castro). A finalidade dos encontros, segundo a publicação, era fechar um contrato de prestação de serviços entre a empresa e os Correios no valor de R$ 84 milhões.
Erenice Guerra pediu demissão na semana passada depois que denúncias feitas pela revista "Veja" e pelo jornal "Folha de S.Paulo" apontaram supostos casos de tráfico de influência praticados por seu filho dentro da Casa Civil.
A ex-ministra anunciou que iria processar a revista em razão das reportagens vinculando o nome dela com irregularidades. A Comissão de Ética da Presidência da República abriu processo para investigar a conduta de Erenice no caso.
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