O analista tributário da Receita Federal Gilberto Souza Amarante, da agência do órgão na cidade mineira de Formiga, afirmou ontem que acredita ter acessado o cadastro fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, por engano, ao pesquisar os dados de um "homônimo", em 2009.
Numa rápida entrevista concedida à imprensa, Amarante confirmou que é filiado ao PT há nove anos, mas disse que nunca teve militância partidária. Ele negou que tenha tido acesso aos dados fiscais de Eduardo Jorge e disse que fez a consulta cadastral por meio do nome do contribuinte. "Há vários casos de homônimos [na região] com esse nome Eduardo Jorge. A nossa base [de dados] é nacional. Então, o que é factível é que houve um homônimo e esse acesso durou 41 segundos apenas", alegou. "Pela quantidade de homônimos, é a hipótese mais provável."
Para reforçar a argumentação de que não cometeu nenhuma ilegalidade, o analista insistiu que fez o acesso durante o horário do expediente. Amarante afirmou que somente no fim de semana, quando o fato foi noticiado, é que tomou conhecimento de que, em abril do ano passado, havia acessado os dados cadastrais do vice-presidente do PSDB.
Questionado, disse não se lembrar da motivação da pesquisa. "O procedimento não exige que se guarde, que se arquive documentação. Isso é feito à vista da pessoa. Então, se a pessoa pede para fazer uma pesquisa no CPF dela ou no nome, é feito dessa forma", observou. "Eu acessei em abril, num dos vários acessos que se faz por dia e tomei conhecimento desse fato através da imprensa."