O analista tributário Júlio César Bertoldo, apontado pela servidora Adeildda Ferreira dos Santos como a pessoa que a teria convidado a integrar suposto esquema de corrupção na agência da Receita Federal de Mauá (SP), prestou depoimento nesta terça-feira (21) na sede da Polícia Federal em São Paulo.
A servidora Adeildda foi ouvida na quinta-feira (16) e deu nome de quatro pessoas que estariam envolvidas no suposto esquema de compra e venda de informações fiscais sigilosas de contribuintes.
O suposto esquema teria motivado também a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB, crimes que o candidato à Presidência José Serra (PSDB) atribui à campanha de Dilma Rousseff (PT), que nega envolvimento.
Bertoldo, que trabalhou como chefe de Adeildda em Ribeirão Pires (SP), foi citado pela servidora como quem indicou que ela fizesse serviços ilegais para contadores.
Nesta manhã, na saída da Polícia Federal, tanto o analista como seu advogado, Daniel Onésio, falaram rapidamente com os jornalistas. Questionado se teria pedido que Adeildda quebrasse os sigilos, Bertoldo respondeu que não. "Não, isso não", disse.
O analista declarou que a negativa foi registrada em seu depoimento. Também negou que tenha recebido pagamento pela quebra dos sigilos. Adeildda foi indiciada na quinta-feira (17), por suspeita de crime não divulgado pela PF.
O servidor da Receita se negou a dar mais detalhes sobre seu depoimento. "Está tudo no processo. A gente não vai colocar mais nada do que foi colocado", disse.
Sobre a razão de Adeildda ter citado o nome de seu cliente, o advogado de Bertoldo afirmou que "ele não tem nem noção."
"Ele estranha bastante o que a Adeildda disse em seu interrogatório", disse o advogado. Segundo ele, Bertoldo desconhecia a quebra de sigilo.
Segundo o advogado, Bertoldo se negou a dar mais esclarecimentos devido ao cansaço. "Mas ele vai marcar um dia para poder estar esclarecendo para a imprensa tudo o que aconteceu", disse. Tanto Bertoldo como seu advogado disseram que ele não foi indiciado.
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