“Tem quatro pessoas que foram muito ligadas ao Lerner na campanha do Osmar.” Beto Richa, candidato ao governo pelo PSDB| Foto:
CARREGANDO :)

Ponta Grossa - O candidato ao governo do Pa­­­­raná pelo PSDB, Beto Richa, as­­­sumiu uma postura firme na tentativa de evitar que sua imagem seja "colada" à do ex-governador Jaime Lerner – que deixou o cargo em 2003 com baixos índices de popularidade. Ten­­­­­­­tando se desvencilhar de ser associado a Lerner, atacou o ex-governador.

Ontem, em Ponta Grossa, Ri­­­­cha disse que não tem "ne­­­­nhu­­­ma semelhança" com Lerner. "Só aceito comparação com o meu pai, José Richa, com quem aprendi sobre política", afirmou. Ao falar sobre pedágio, ele disse que a atitude de Ler­­­ner de baixar o valor da tarifa e, depois da reeleição de 1998, reajustá-la foi "política" e que "a população foi enganada".

Publicidade

Buscando desviar o foco para seu principal adversário, Osmar Dias (PDT), Richa disse que há muitos lernistas em postos-chave da campanha do pedetista. "Tem quatro pessoas que foram muito ligadas ao Lerner na campanha do Os­­­­mar". E citou o coordenador fi­­­­nanceiro Mario Celso Petra­­­glia; o principal responsável pelo marketing eleitoral, Wia­­­ney Pinheiro; o elaborador do plano de governo, Roberto Gregório da Silva Júnior; e até o autor da lei que possibilitou a implantação do pedágio, deputado Neivo Beraldin (PDT). Outros aliados do ex-governador, como Gio­­­­vanni Gionedis e Mario Pereira, também estão no front pedetista.

Mas Beto Richa, ao longo de sua trajetória política, também se aliou ou conta com o apoio hoje de pessoas que fizeram parte da equipe de Lerner – casos de Deonilson Roldo (chefe de gabinete de Beto na prefeitura de Curitiba e ex-secretário da Comunicação do ex-governador); José Antonio Andreguetto (ex-scretário municipal e estadual do Meio Ambiente); Valdir Rossoni (ex-líder de Lerner na Assembleia); e Emília Belinati (vice-governadora de Lerner e que hoje apoia Richa). O próprio Richa, aliás, foi da base aliada de Lerner quando esteve na Assembleia.

Em postura reativa, frisando que não deixaria nenhum ataque sem resposta, Richa ontem ainda disse que adversários estão agindo no desespero, alguns até por "vergonha de assumir a coligação" que escolheram. "No meu palanque não tem MST", destacou, acrescentando que, se eleito governador, pretende cumprir todos os mandados de reintegração de posse de áreas invadidas.

Osmar, procurado pela reportagem, ironizou as declarações de Richa sobre os lernistas na campanha do PDT. "Isso é coisa de quem está em crise de identidade. Coisa de quem é imaturo. Talvez quando ele tiver mais experiência isso passe." O pedetista, porém, não comentou a relação de seus aliados com Lerner. O ex-governador Lerner não quis se pronunciar sobre as declarações de Richa.