O comando da campanha petista reconheceu nesta quinta-feira que houve "excessiva concentração" na condução da estratégia para a eleição da candidata à Presidência Dilma Rousseff.

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A afirmação foi feita pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, ao deixar reunião da executiva partidária, realizada com o objetivo de fazer um balanço das eleições de primeiro turno e traçar as táticas para a disputa presidencial no segundo turno.

"Nós reconhecemos que houve uma certa centralização em pessoas do PT nesse primeiro turno", afirmou Dutra. "Aliás essa reclamação não é só do PMDB. Eu acabei de sair de uma reunião do PT onde há reclamações por parte de companheiros do PT de uma excessiva centralização", acrescentou.

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O PMDB, principal partido da coligação de dez siglas que apoia a candidatura petista, reclamou na véspera de ter ficado no anonimato no primeiro turno e cobrou mais espaço na campanha.

"Nesse segundo turno, tem que haver uma participação efetiva de todos os partidos na campanha, porque nós temos a certeza de que é exatamente essa participação militante dos diversos partidos que vai nos levar à vitória", apostou Dutra.

Ele informou que um manifesto "de conclamação da militância", assinado pelo PT e partidos aliados deve ser lançado nos próximos dias. O objetivo é tentar repelir o que chamou de "guerra suja" realizada por alguns setores, "tentando colocar temas religiosos como centro de uma disputa eleitoral."

Questionado sobre eventual apoio da ex-presidenciável Marina Silva (PV), Dutra afirmou que a campanha gostaria de ter a oportunidade de debater formalmente o apoio, "mas respeitando o tempo da Marina, o tempo do PV".

Fala da candidata

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Mais cedo, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, procurou minimizar a ausência de um programa detalhado de governo da candidata.

Na avaliação do ministro, que está em férias para coordenar a campanha presidencial petista, Dilma já disse reiteradas vezes as suas propostas."O maior compromisso formal é a fala da nossa candidata", desconversou Padilha. "As propostas estão na rua, nossa candidata fala todo dia de propostas", completou.

A campanha entregou um primeiro programa de governo ao Tribunal Superior Eleitoral e o substituiu por outro, afirmando que o anterior não espelhava suas ideias. Prometeu então apresentar um definitivo, com propostas de todos os partidos da coligação, mas nada foi divulgado.

Dirigentes petistas também afirmaram após a reunião da Executiva que, em pontos como aborto, tolerância religiosa e liberdade de imprensa, Dilma e seu adversário José Serra (PSDB) têm a mesma posição.

"Nós não queremos reduzir a discussão sobre o futuro do Brasil, sobre o momento que nós vivemos, a questões de preconceito ou meramente a uma questão de utilização eleitoral de um sentimento religioso de determinados segmentos e setores", afirmou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Fernando Ferro, em referência à discussão sobre a legalização do aborto.

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