Os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) participaram na noite deste domingo (26) de debate promovido pela TV Record.

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O debate teve quatro blocos. No primeiro bloco, os candidatos se apresentaram e fizeram perguntas entre si. As respostas eram comentadas por outro candidato, com réplica e tréplica. No segundo bloco, jornalistas fizeram questões aos candidatos, com comentários de outro candidato e direito a réplica e tréplica.

No terceiro bloco do encontro, houve duas rodadas de perguntas entre os candidatos, também com réplica e tréplica. No último bloco, cada candidato teve dois minutos para considerações finais.

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Temas e embates

O debate, que durou cerca de duas horas, abordou os seguintes temas: política externa, emprego, corrupção, exclusão social, programas ProUni (Programa Universidade para Todos) e Reuni (Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), gestão pública, agências reguladoras, papel de Fernando Henrique Cardoso na campanha de José Serra, moradia popular, mensalão do PT e do DEM-DF, capacidade administrativa, "tática do medo" na campanha, impactos ambientais de obras do Plano de Aceleração do Crescimento, cobertura das eleições pela imprensa, educação em São Paulo, políticas antidrogas, salário mínimo, analfabetismo, ensino técnico, capitalização da Petrobras e impostos.

Logo no primeiro bloco, a crise na Casa Civil que resultou na demissão da ex-ministra Erenice Guerra opôs Plínio a Dilma. Para o candidato do PSOL, o episódio mostrou que a petista é "conivente ou incompetente". "Você tem competência para escolher ou vai escolher outras Erenices por aí?", questionou. Dilma defendeu apuração do caso e da quebra de sigilo fiscal de tucanos. "Até o momento em que for eleita, se o governo não concluir a apuração da Receita e da Casa Civil, te asseguro que irei investigá-lo até o fim", disse a petista.

O tema políticas sociais expôs divergências entre Serra e Marina. A candidata do PV o questionou sobre exclusão e disse que a gestão tucana em SP cortou recursos da área social. "As promessas que estão sendo feitas [por Serra] não encontram respaldo na realidade", afirmou. Serra disse que irá "fortalecer" o Bolsa Família, que classificou como "junção de bolsas criadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso". Negou corte na área social em SP e afirmou que o setor inclui outras áreas, como saúde e educação.

Serra criticou loteamento político de agências reguladoras como Anvisa (vigilância sanitária) e ANS (planos de saúde) em questionamento a Dilma. A petista disse defender a meritocracia no serviço público e rebateu citando precarização do trabalho na educação em São Paulo e o racionamento de energia de 2001/02. "Quarenta e dois por cento das professoras do estado mais rico do país tinham vínculos precários, foi feito concurso e houve reprovação muito grande. Nao acho isso eficiente", disse Dilma. O tucano disse que informações de Dilma sobre SP são "sistematicamente erradas". Afirmou que a Anvisa foi "totalmente loteada". "O tempo de aprovação de um genérico [pela Anvisa] triplicou."

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Ao comentar questão proposta por jornalista sobre a capacidade de gestão de Marina, Plínio disse faltar "coragem" à candidata do PV para "enfrentar interesses poderosos". "Engoliu [durante gestão no ministério do Meio Ambiente] transgênicos, transposição do São Francisco, as florestas. Como é que vem a agora dizer que vai enfrentar poderosissímos interesses?", questionou. Marina citou números (725 presos por crimes ambientais, 1.500 empresas irregulares fechadas e 36 mil áreas de grilagem inibidas) para defender sua gestão. "Isso é uma questão de compromisso.[...] Isso eu estou perfeitamente preparada para fazer", afirmou.

Considerações finais

Marina Silva afirmou que há "pessoas no PT e no PSDB" que estão preocupadas com, respectivamente, as "alianças da Dilma" e o "promessômetro" do Serra. "Se querem uma mulher no segundo turno, vamos fazer justiça e colocar as duas no segundo turno", disse.

Plínio Sampaio pediu votos em candidatos do PSOL e para si. Prometeu desapropriar grandes fazendas, combater violência com "civilidade" e tornar saúde e educação "totalmente públicas" no país. "Não vote em mim pelo meu passado, mas pelo meu futuro", afirmou.

Dilma Rousseff afirmou representar o "projeto de transformação que mudou o Brasil de forma real e concreta". Citou números de mobilidade social no governo Lula e afirmou que o país passou a "não excluir ninguém". "Demos autoestima e orgulho para os brasileiros", disse.

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José Serra afirmou que a eleição do próximo domingo decidirá "quem vai para o segundo turno". Citou sua biografia e pediu que seu eleitor tente conquistar mais um voto. "Ofereço a minha experiência e a minha vida limpa, íntegra, dedicada ao nosso povo", afirmou.