A agressividade entre Serra e Dilma é a principal novidade da campanha a essa altura. Durante um bom tempo, Serra havia decidido não parecer muito crítico em relação à candidata do PT e ao governo Lula. O medo era de que a crítica a um presidente com índices recorde de popularidade pudesse não ser bem vista pelo eleitorado.

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Talvez tenha sido o momento da campanha, com os jornais começando a dizer que Dilma pode liquidar a eleição já no primeiro turno, que tenha levado Serra a partir para a nova estratégia. O candidato do PSDB pode ter percebido que se não houver nenhum fato novo suas chances podem ir água abaixo rapidamente.

O curioso, porém, é que a iniciativa partiu de Dilma. Foi dela a primeira pergunta áspera, como se estivesse dizendo que não tinha medo de um debate mais agressivo. Ou talvez tenha sido apenas coincidência, já que ela teve direito à primeira pergunta entre os dois. Serra respondeu à altura e estava criado o ambiente para o longo duelo que marcou as duas horas do debate Folha/UOL.

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Fica a dúvida, porém, se Serra terá interesse em fazer o mesmo estilo agressivo quando o debate for na televisão. Na internet, ainda um meio de comunicação mais elitista, a que nem todos têm acesso, parece fazer mais sentido que o candidato se arrisque a criticar o PT. Na televisão, meio muito mais popular, permanece a possibilidade de que o eleitorado considere o tucano rabugento ao falar mal do atual governo.

O debate de ontem pode ter sido um laboratório para Serra. Resta ver quais são as conclusões a que os dois lados chegaram ao ver o resultado da ousadia. Disso dependerá o tom do restante da campanha.