São Paulo - O consultor Rubnei Quícoli afirmou ontem nunca ter dito que o PT teria cobrado dinheiro para a campanha de Dilma Rousseff à Presidência durante as negociações para um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Quícoli é um dos responsáveis pelas denúncias de tráfico de influência na Casa Civil que levaram à saída da ex-ministra Erenice Guerra do governo.
Ontem, Quícoli depôs durante mais de seis horas à Polícia Federal. "Não tem nada que diz que foi pedido dinheiro para campanha para PT, para campanha da Dilma", disse Quícoli aos repórteres. "Eu disse que o Marco Antonio [ex-diretor dos Correios] pediu esse dinheiro para poder favorecer a Dilma, a Erenice, e uma parte na campanha. Eu não falei nada disso aí", afirmou.
Quícoli diz que o filho de Erenice Guerra, Israel, teria servido de intermediário numa negociação para liberar um empréstimo do BNDES para a construção de uma usina eólica no Nordeste. O negócio, segundo ele, seria de R$ 9 bilhões, e haveria a cobrança de R$ 5 milhões para a liberação. Segundo o banco, o pedido de empréstimo, que foi negado, era de R$ 2,5 bilhões.
Quícoli confirmou que Israel Guerra estava no escritório onde foi negociado o empréstimo. Mas negou que conhecesse Israel antes de chegar a Brasília. "Eu não sabia nem quem era quem em Brasília. Eu só fui pra Brasília pra viabilizar esse projeto." O consultor tem duas condenações e chegou a passar dez meses na prisão.
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