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O presidente dos Correios, David José de Matos, afirmou nesta segunda-feira (20) que a estatal vai manter todos os contratos com a empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA), apesar das denúncias de tráfico de influência e pagamento de propina envolvendo a empresa e funcionários da Casa Civil. Segundo ele, os contratos não têm irregularidades.

"Não há irregularidade no contrato. Os contratos são absolutamente regulares e transparentes", afirmou Matos.

Além da afirmação do presidente, o chefe de departamento de Relacionamento Institucional dos Correios, Mário Renato Borges da Silva, responsável por explicar "tecnicamente" os contratos da MTA com o órgão, foi além ao tentar justificar a manutenção das relações com a empresa:

"O contrato é decorrente de processo licitatório. Não tem a menor possibilidade de os Correios rescindirem um contrato que foi feito lisamente, transparentemente e regularmente. São contratos que nós dos Correios seremos penalizados se tivermos que rescindir o contrato porque há uma suspeita, uma denúncia, uma acusação que está sendo feita e vai e se cancela um contrato em função disso?", afirmou Mário Renato.

Questionado se a demissão de um diretor dos Correios não seria motivo para colocar sob suspeita os contratos com a MTA, Mario Renato afirmou que a saída do diretor de Operações da estatal, coronel Eduardo Arthur Rodrigues da Silva, "foi uma decisão de foro íntimo": "Foi por razão de foro íntimo e ele fez o pedido de demissão."

Nesta segunda, o diretor de Operações da estatal, coronel Eduardo Arthur Rodrigues da Silva, pediu demissão do cargo. Ele é suspeito de ligação com a empresa, segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo".

De acordo com a reportagem, o ex-diretor dos Correios seria representante de um empresário argentino, apontado como verdadeiro dono da empresa aérea. O jornal afirmou ainda que Silva estaria atuando para transformar a MTA na empresa de carga aérea oficial dos Correios. Ele nega as acusações.

Investigação

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (20), após reunião de coordenação política, que as denúncias que levaram à demissão do diretor Eduardo Arthur Rodrigues da Silva serão investigadas com "agilidade".

Segundo ele, todos os órgãos do governo acusados de cometer tráfico de influência serão alvo de diligências da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU).

"A grande orientação do presidente e atenção do presidente é que seja apurada qualquer denúncia que apareça, independente de qual seja o órgão. Venha de quem vier, a denúncia será apurada", disse, ao ser questionado sobre o pedido de demissão apresentado nesta tarde pelo coronel Rodrigues da Silva.

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