O presidente dos Correios, David José de Matos, disse que, na carta de demissão entregue nesta segunda (20), o diretor de Operações da estatal, coronel Eduardo Arthur Rodrigues da Silva, "isenta os Correios de qualquer irregularidade". De acordo com Matos, ele está "emocionalmente abalado".
Rodrigues foi apontado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" como ligado à empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA), citada em denúncias de tráfico de influência que culminaram no pedido de demissão da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra e de outros dois funcionários da pasta.
De acordo com a reportagem, o diretor dos Correios seria representante de um empresário argentino, apontado como verdadeiro dono da empresa do setor aéreo. O jornal afirmou ainda que Silva estaria atuando para transformar a MTA na empresa de carga aérea oficial dos Correios. Ele nega as acusações.
"Ele [Rodrigues] disse que veio para agregar experiências. Disse que a família dele está estraçalhada e não dá mais para continuar e por isso pediu demissão", afirmou o presidente dos Correios.
Segundo David Matos, na carta de demissão, a ser entregue na tarde desta segunda ao ministro das Comunicações, o diretor "isenta os Correios de qualquer irregularidade".
"Ele disse ainda que o passado dele não tem nada a ver com os Correios e também nega que tenha chegado na empresa por indicação de Erenice Guerra. Segundo ele, a indicação teria sido de um senador", disse o presidente dos Correios.
Questionado se teria receio de ser o próximo a ter que deixar o cargo, ele disse que não. "Pode procurar à vontade. Pode procurar na minha vida inteira. Não vão achar nada. Agora, que vão tentar, vão",disse David Matos.
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