Tesoureiro PSDB refuta acusações sobre Paulo Preto
O tesoureiro adjunto do PSDB, Evandro Luiz Losacco, refutou nesta terça-feira (19) acusação divulgada na imprensa de que o engenheiro Paulo Vieira de Souza - conhecido como Paulo Preto -, ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), tenha desviado R$ 4 milhões arrecadados para a campanha do partido. "Isso não procede. Eu asseguro que o PSDB não autoriza ninguém a arrecadar recursos em nome da legenda", afirmou Losacco.
Deputados petistas ingressaram na tarde desta terça-feira (19) com uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, pedindo uma investigação sobre suposto desvio de recursos em obras do Metrô de São Paulo e do Rodoanel durante a gestão do ex-governador José Serra (2007-2010), candidato do PSDB à Presidência.
A reportagem entrou em contato com o advogado da coligação de Serra e aguarda resposta. A ação civil pública foi protocolada pelo líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), pelo vice-presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), e pelo líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE). A representação foi feita à PGR porque as obras receberam recursos federais.
O líder do governo alega que Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, era o responsável por um orçamento de R$ 6 bilhões destinados para obras do Rodoanel e do Metrô. Ex-diretor de engenharia da Dersa, estatal que toca algumas das principais obras do governo de São Paulo, ele é suspeito de desviar recursos de um suposto caixa dois da campanha de Serra à Presidência.
O advogado do ex-diretor da Dersa, José Luís Oliveira Lima, negou as acusações contra Paulo Preto. "Ele jamais foi arrecadador de dinheiro para campanha e sempre desempenhou a sua função de engenheiro", disse.
Vaccarezza afirma que a representação é baseada em uma suposta confissão do ex-diretor. "Nossa representação tem como base um fato concreto, que é a confissão de Paulo de Souza de que ele usou as obras para arrecadar dinheiro para a campanha", disse o líder do governo. Segundo o petista, a ação não é um ato eleitoral. "Não é contra o PSDB. É contra o Serra e Paulo Preto."
Segundo o advogado do ex-diretor da Dersa, a declaração de Vaccarezza foi "equivocada e fruto do desejo do parlamentar de ver sua candidata [Dilma] eleita". O vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, também já negou arrecadação ilegal de campanha.
Outra representação
No mesmo momento em que os petistas protocolavam a ação, o deputado Paulinho Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), também ingressava com representação pedindo a adoção de "providências administrativas e judiciais cabíveis" pela PGR em relação ao mesmo assunto.
Paulinho pede que, além de Paulo Preto, o candidato José Serra e o senador eleito por São Paulo Aloysio Nunes (PSDB) também sejam investigados por possíveis desvios de recursos. Aloysio foi incluído porque reportagens afirmaram que ele tomou um empréstimo com Paulo Preto. A assessoria do senador eleito informou que ele emitirá uma nota sobre o assunto.
A PGR informou que as representações podem tomar dois caminhos. Se for observado o caráter eleitoral nas representações, elas serão analisadas pelo procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel. Caso contrário, serão encaminhadas para a Procuradoria da República em São Paulo. A procuradoria, porém, afirmou que não há prazo para que esses pedidos sejam analisados.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura