A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a rebater neste domingo (19) acusações de tráfico de influência na Casa Civil e afirmou que não conhecia Vinícius Castro, recém-exonerado do ministério, e apontado pela revista Veja como tendo recebido dinheiro em uma compra de medicamento pelo governo.
A ex-ministra cobrou investigação dos casos envolvendo o ministério que comandou de 2005 a março deste ano.
"Eu não nomeei esse senhor (Vinícius), não o conhecia, não tenho por que me sentir traída porque ele não era da minha confiança", disse Dilma a jornalistas.
Dilma, que lidera as pesquisas de intenção de voto, participou, ao lado do candidato ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), de carreata em Ceilândia, onde está concentrada a maior fatia do eleitorado do DF. Participam também os candidatos ao Senado por sua coligação, Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB).
À revista IstoÉ, a ex-ministra Erenice Guerra, que deixou a Casa Civil na quinta-feira após denúncias, afirmou que foi traída por Vinícius, assessor do ministério exonerado na segunda-feira e acusado de ser parceiro de Israel, filho de Erenice, na intermediação de negócios de empresas com o governo.
Israel Guerra foi envolvido, segundo a imprensa, em duas denúncias: cobrar comissões de empresa para liberar crédito no BNDES e para renovar concessão na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
De acordo com a Veja, em outro caso, Vinícius recebeu 200 mil reais, dinheiro que teria relação com a compra do medicamento Tamiflu pelo governo em 2009. O Ministério da Saúde negou informando que não houve intermediação na compra do remédio, usado para combater a gripe A.
"Assim como o sigilo da Receita está sendo investigado, essa vai ser uma questão que nós vamos investigar até o fim", disse Dilma sobre as acusações de tráfico de influência na pasta até agora comandada por Erenice, que a substituiu em março.
Indagada sobre possível proposta do senador Alvaro Dias (PSDB) de encaminhar na segunda-feira requerimento à Comissão de Constituição e Justiça do Senado para que seja convidada a esclarecer as denúncias, Dilma disse que o senador tenta sistematicamente tumultuar as eleições. "Um convite do senador Alvaro Dias eu não aceito nem para um cafezinho."
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