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São Paulo - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, voltou a acusar ontem o adversário tucano José Serra de ser favorável à privatização de empresas públicas. Segundo ela, é questionável a lógica de que hoje o pobre tem acesso à telefonia por causa da privatização. Em reunião da coordenação política da campanha de Serra, ontem, lideranças tucanas, do DEM e do PPS elaboraram um discurso voltado para os prefeitos com o objetivo de angariar a simpatia desses puxadores de voto nos estados.

Para voltar a tocar no tema da pri­­­vatização, Dilma aproveitou uma declaração dada por Serra no debate da TV Bandeirantes. Na oportunidade, o tucano disse que, sem as privatizações, o Brasil seria o "país do orelhão". "O pobre passou a ter telefone porque passou a ter renda e não porque privatizaram. Essa lógica é um tanto quanto questionável. Não é porque é público ou privado que aumenta a quantidade e a capacidade de compra da população", disse Dilma. "O mundo hoje caminha para uma convergência de mídia e a telefonia fixa não é mais uma questão de importância tecnológica como foi nos anos 80."

Municipalismo

Os dirigentes do PSDB decidiram intensificar o tom municipalista da campanha, sinalizando com um pacote de benesses para as prefeituras. O ex-governador de Minas Gerais e senador eleito Aécio Neves lembrou das oscilações do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que estariam estrangulando as finanças das prefeituras. Afirmou ser importante fazer uma campanha sinalizando um pacote para os prefeitos.

Uma das medidas colocadas em pauta, e que ainda depende da aceitação de Serra, será criar um piso para o FPM, evitando que os recursos do fundo variem. Na semana passada, em visita a Minas, Serra já havia falado sobre a situação do fundo de participação, ao destacar que ele perdeu cerca de R$ 3 bilhões no último ano.

"Temos que proteger os prefeitos das oscilações do FPM que deixam municípios à míngua, sem cumprir compromissos", disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). A ideia é levar as propostas para o horário eleitoral gratuito na televisão.

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