A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira (4) que o próximo ocupante do Palácio do Planalto terá de fazer "o possível e o impossível" para transferir recursos à saúde no Brasil. Apesar de admitir que a situação "não é confortável", Dilma esquivou-se da polêmica sobre a criação de mais um imposto, a Contribuição Social para a Saúde (CSS), para financiar o setor.

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"Não estou discutindo volta de contribuição, estou discutindo aqui um programa para a saúde", afirmou a candidata do PT, logo após visitar o Sarah-Centro, unidade mais antiga da Rede Sarah de hospitais de reabilitação, em Brasília.

Acompanhada da primeira-dama Marisa Letícia e do deputado Antonio Palocci (PT-SP), um dos coordenadores de sua campanha, Dilma disse ser preciso encontrar uma forma de financiar a saúde. "Ninguém pode achar que a situação seja confortável, tendo a saúde perdido R$ 40 bilhões", insistiu Dilma, referindo-se à derrota do governo, em dezembro de 2007, quando o Senado derrubou a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

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Na prática, tanto o Planalto como o PT defendem a CSS - já chamada de nova CPMF -, mas a campanha de Dilma não está disposta a arcar com o desgaste de pregar novo tributo às vésperas da eleição. No programa de governo da ex-chefe da Casa Civil, a ser divulgado nos próximos dias, há propostas genéricas para melhorar a qualidade do Sistema Único da Saúde (SUS), ampliando as Unidades Básicas de Saúde (UBA) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que funcionam 24 horas.

A campanha de Dilma vai propor tratamento especializado para mães e crianças de até um ano, batizado de "Rede Cegonha", além da criação de clínicas de prevenção ao câncer dentro dos hospitais. A candidata não quis, porém, detalhar a proposta, sob o argumento de que esse capítulo de sua plataforma ainda não foi fechado.

Dilma e Marisa conversaram com crianças ao percorrer as instalações do hospital. "Vá lá visitar a dona Marisa, ela mora com o presidente Lula", disse a candidata do PT para o menino Samuel Farias da Silva, de 8 anos. Ele abriu um sorriso. "Então vou lá na sua casa e na piscina", afirmou o garoto, dirigindo-se à primeira-dama. "Olha, eu estou esperando você, mas não sei nadar", confessou Marisa.