O comitê da campanha da presidenciável Dilma Rousseff limou do programa de governo propostas polêmicas aprovadas pelo 4.º Congresso do PT, em fevereiro, como o controle social dos meios de comunicação, a taxação de grandes fortunas e a defesa de audiência prévia para reintegração de áreas invadidas por sem-terra. A ordem do Palácio do Planalto foi desidratar a polêmica para não criar embaraços a Dilma no confronto com o candidato do PSDB, José Serra, e, mais do que isso, não alimentar a imagem de que eventual vitória da petista representaria uma guinada à esquerda.
Sob o slogan "Para o Brasil seguir mudando" - que batiza a coligação formada por dez partidos -, a plataforma de Dilma dará ênfase apenas à continuidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Disposta a retirar do texto qualquer vestígio de controvérsia, a equipe vai destacar, nos 13 compromissos do programa, que um novo governo comandado pelo PT preservará o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e o câmbio flutuante.
"É o tripé que está dando certo e em time que está ganhando não se mexe", resumiu o presidente do PT, José Eduardo Dutra. "Para nós, a estabilidade é uma premissa. Ninguém precisa se assustar."
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