A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, negou nesta quarta-feira (20) envolvimento de sua campanha com a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. "Nós não quebramos sigilo fiscal de ninguém e não fizemos dossiê", alegou Dilma. A petista fez campanha na Grande São Paulo, onde participou de caminhada nas cidades de Guarulhos e Suzano e de carreata em Ferraz de Vasconcelos.
A petista repudiou a acusação de envolvimento de sua campanha com o caso. "Qualquer tentativa de colocar isso na minha campanha eu acho primeiro uma injustiça; segundo, uma tentativa de criar eleitoralmente um fato; terceiro, eu repudio integralmente. Acho de uma absoluta má-fé", disse.
A PF divulgou nesta tarde que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. encomendou a violação de sigilo fiscal de pessoas ligadas a Serra e de dirigentes do partido. Segundo a PF, o jornalista disse que fez a investigação após descobrir que o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) estaria realizando investigações contra o então governador Aécio Neves (PSDB-MG) a serviço de Serra. Na época das violações, em setembro e outubro de 2009, o jornalista trabalhava no jornal "O Estado de Minas".
"Esse sigilo fiscal, como a PF diz, foi quebrado entre setembro e outubro, quando não existia campanha nem pré-campanha. O jornalista, conforme a Policia Federal informou, e é fundamental que a gente leve isto em consideração, trabalhava no [jornal] 'Estado de Minas', e o próprio jornalista em depoimento à Policia Federal declarou que ele fez o trabalho dentro de um conflito entre dois candidatos à Presidência dos tucanos", disse Dilma se referindo ao deputado Itagiba e ao governador Aécio.
O PSDB divulgou nota nesta quarta-feira (20) sobre as investigações da PF. Na nota, o PSDB atribui a menção feita ao nome do ex-governador Aécio Neves (PSDB) nas investigações a uma ação do PT para "ressuscitar mais um factoide" e provocar "divisão" na campanha.
O ex-governador Aécio Neves disse, também por meio de nota, que repudia com "veemência e indignação" a tentativa de vinculação do nome dele "às graves ações envolvendo o PT e o senhor Amaury Ribeiro Jr.". Aécio diz ainda que não conhece nem jamais teve qualquer relação com o jornalista.
O jornal O "Estado de Minas" informou que o jornalista trabalhou por três anos na empresa e que publicou diversas reportagens no veículo de comunicação. "Nenhuma, absolutamente nenhuma, se referiu ao fato agora em questão", informou o jornal.
Em nota divulgada nesta tarde, o deputado Marcelo Itagiba afirma que ele pediu investigação da PF sobre o suposto dossiê que estaria sendo realizado por pessoas ligadas à pré-campanha de Dilma. Na nota, o deputado nega ter feito qualquer espionagem.
Agressão a Serra
A candidata lamentou a agressão sofrida pelo candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira. O candidato tucano foi atingido por um rolo de fita crepe jogado supostamente por militantes do PT quando ele participava de uma caminhada no Rio.
"Eu repudio, lamento, sou contra e tenho demonstrado isso sistematicamente. Eu quero deixar claro que essa campanha de minha parte sempre foi uma campanha em que eu me recusei sistematicamente a qualquer ato de violência. O PT repudia esses atos de violência", afirmou Dilma.
O PT do Rio de Janeiro divulgou uma nota em relação à agressão sofrida pelo candidato Serra. No texto, declara que irá pedir "às autoridades policiais que investiguem os fatos noticiados e apontem os responsáveis pelo tumulto. É preciso que sejam identificados e punidos todos aqueles que tenham provocado qualquer ato de força ou violência."
Ao citar a nota do partido, Dilma fez um "apelo à militância do PT" para que se paute pelo "princípio da fraternidade e da solidariedade". "Se houver qualquer provocação, não aceitem provocação. Nós temos que dar demonstração e exemplo", disse a candidata.
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