A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, rebateu nesta quinta-feira (19) as críticas aos números do programa habitacional do governo, Minha Casa, Minha Vida, um dos carros-chefes de sua campanha eleitoral. Dilma foi coordenadora do programa quando estava à frente da Casa Civil.
Para diluir os ataques de que não tem experiência política nem eleitoral, Dilma se apresenta ao eleitor como coordenadora dos "principais programas na área social do governo", com destaque para o Minha Casa, Minha Vida. O programa tem forte apelo eleitoral por causa do elevado déficit habitacional do País. Entre as pessoas que recebem até três salários mínimos, esse déficit é estimado em seis milhões de moradias.
Na última sexta-feira, 13, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo afirmou que apenas 565 casas teriam sido entregues aos cadastrados no programa com renda de até três salários mínimos. A meta inicial era construir um milhão de casas até o fim do ano.
"Esse é um dado distorcido, do tipo de distorções que só ocorrem em momentos eleitorais", criticou a candidata. Segundo a petista há 590 mil casas contratadas pela Caixa Econômica Federal (CEF) dentro do programa e mais de um milhão de pedidos para analisar. Ela afirmou ainda que pelo menos 100 mil unidades devem ser entregues até o fim do ano.
Ela não contestou o número de unidades entregues - pouco mais de 500 - mas questionou a interpretação dos dados. Para ela, é um avanço a "retomada da indústria da construção civil" no País e o lançamento de um programa habitacional do governo federal.
A petista atribui a demora na entrega das residências ao processo burocrático de contratação, que começa no cadastro dos interessados, passa pela desapropriação dos terrenos e pela construção propriamente dita que, em média, demora 33 meses. "Em outros países, esse tempo é bem menor, vamos acelerar isso", prometeu.
Uma nota oficial divulgada pela CEF após a matéria da Folha esclareceu que, na verdade, teriam sido entregues 3.588 casas para pessoas com renda de até três salários mínimos. O comunicado distribuído à imprensa também afirma que "93% das obras contratadas já estão em execução e 114.228 imóveis dependem apenas da finalização de obras e de documentação legal para serem repassados às famílias, o que será feito até o fim do ano".