Orçamento de 2011 espera aval de Dilma
A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) dará o aval na consolidação do orçamento da União para 2011. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já prepara alterações na proposta enviada ao Congresso Nacional em agosto para poder encaixar promessas feitas durante a campanha, que Dilma queira colocar em prática logo no primeiro ano de mandato. As mudanças devem contemplar o reajuste do salário mínimo e das aposentadorias.
A princípio, Dilma contará com R$ 215,3 bilhões a mais para administrar o país no ano que vem. Em 2010, o orçamento previsto é de R$ 1,832 trilhão. Pela proposta atual, o salário mínimo subirá de R$ 510,00 para R$ 538,15 em 2011.
- Presidência da Câmara é alvo da cobiça de partidos aliados
- Peemedebistas querem ter seis ministérios
- Coordenação de transição será feita por Temer, Dutra, Cardozo e Palocci
- Prazo para prestação final de contas do 1º turno termina nesta terça-feira
- Dilma perde em 12 das 19 cidades em que Marina foi líder no 1º turno
- Bolsa Família será reajustado, diz a presidente eleita
A presidente eleita Dilma Rousseff previu nesta terça-feira (2) que podem ocorrer ajustes econômicos realizados pelo governo Lula até o final do ano para serem incluídos no Orçamento da União de 2011, mas excluiu um "saco de maldades".
"O que eu acho que pode ter é modificação agora, porque nós temos que votar o Orçamento. Sempre que você vota o Orçamento, tem que fazer ajustes, tanto porque tem discussão no Congresso, como porque tem a virada do ano", disse Dilma em entrevista ao SBT Brasil, sem dar detalhes. O Congresso vota a peça orçamentária até o final do ano.
Nesta terça, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anteciparia medidas impopulares para poupar Dilma no início de seu mandato.
"Eu não acredito que o presidente vai tomar medidas duras, o presidente vai fazer aquilo que ele tem de fazer. Não tem o menor sentido fazer um saco de maldades", afirmou Dilma.
Juros
Questionada sobre se pretende atingir uma taxa de juro real de 2 por cento, a presidente eleita disse que "este é o final". Para chegar lá ela propõe, como vem fazendo desde a campanha eleitoral, que a relação dívida líquida-PIB (Produto Interno Bruto) caia dos atuais 42 por cento para cerca de 38 por cento.
"Nessa situação, não há razão técnica para você não convergir a taxa de juro do Brasil com as taxas de juro internacionais. Por isso que se fala em dois por cento", resumiu.
A presidente eleita também prometeu reduzir impostos sobre investimentos e trabalhistas.
"O que eu pretendo em matéria tributária é uma redução dos tributos sobre investimento, que é fundamental para o país", disse Dilma. "Fazer uma avaliação sobre a questão da folha de salário... você pode ter uma diminuição que permita uma melhoria nas condições de produtividade da economia brasileira."
Salário mínimo
Numa entrevista anterior, ao Jornal da Band, Dilma disse que vai discutir com as centrais sindicais o reajuste do salário mínimo do ano que vem, que prevê inflação e PIB de dois anos antes.
"Nós vamos de maneira sistemática valorizar o salário mínimo", afirmou.
Dilma afirmou ainda que não recebeu reclamações de partidos sobre cargos. Nesta tarde, ela divulgou os nomes da equipe de transição de governo, em que incluiu o vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB), e os petistas que a acompanharam na campanha.
"A mim a briga ainda não chegou. Eu não tenho nenhuma prova ou nenhuma evidência de que há uma briga por cargos no meu governo", disse. "Acho justo que os partidos queiram estar representados", acrescentou, dizendo que a escolha vai recair em capacidade técnica e condições políticas.