Recado
PSB quer mais participação em ministérios
Agência Estado
Brasília - O PSB quer aumentar sua participação no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. Depois de eleger seis governadores, o partido espera ser contemplado no futuro governo com, pelo menos, três ministérios e uma estatal de vulto, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O partido visa o Ministério das Cidades, hoje com o PP, ou o da Integração Nacional, nas mãos do PMDB. Os dirigentes do PSB argumentam que querem uma pasta com "mais capilaridade" pelo Brasil ou seja, um ministério com mais dinheiro e cargos. Hoje, o PSB comanda o Ministério da Ciência e Tecnologia e a pasta de Portos.
"Da base do governo, somos o partido que tem mais governadores. Nós governamos tantos brasileiros quanto os governadores do PT", observou o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. "O partido quer uma participação mais estratégica na definição da linha estratégica de governo", disse o senador e governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande.
A Executiva Nacional do PSB deverá se reunir na quinta-feira para fazer uma avaliação das eleições. Com uma bancada de 35 deputados federais, o partido estuda formar um bloco com o PDT e o PC do B para, desta forma, ganhar mais poder de fogo na reivindicação de ministérios.
Os três partidos (PSB, PDT e PC do B) ficarão com 74 deputados, a partir de 1.º de fevereiro. Juntos teriam chances de pleitear cinco ministérios: três para o PSB, um para o PC do B (que manteria a pasta de Esportes) e outro para o PDT, que continuaria com o Trabalho
Rio de Janeiro - No dia seguinte à vitória nas urnas, a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) já começou a receber cobranças. O governador reeleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), voltou a dizer ontem ter confiança de que Dilma vetará a lei que redesenhou a distribuição dos royalties do petróleo no país. No Piauí, o governador reeleito Wilson Martins (PSB) afirmou que está mobilizando governadores pela reedição da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CMPF), a fim de aumentar os recursos destinados à saúde. Ele vai se reunir amanhã com Dilma e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Outra cobrança foi feita pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A entidade divulgou nota na qual diz esperar da presidente eleita "fidelidade no cumprimento das promessas apresentadas durante a campanha eleitoral" o documento não cita o compromisso da petista de não enviar ao Congresso nenhum projeto que descriminalize o aborto. Durante a campanha, Dilma foi acusada de ter mudado de opinião sobre o tema em entrevistas dadas antes de se lançar candidata, a petista teria se posicionado favoravelmente à descriminalização do aborto.
Partilha
Cabral quer que Dilma cumpra o compromisso de vetar mudanças na partilha dos royalties do pré-sal. Aprovada no início do ano pelo Congresso, a emenda proposta pelo deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS) a um projeto que trata do tema revê a distribuição dos royalties e tira recursos dos estados produtores. O Rio seria um dos prejudicados. "Vamos ter de ter uma solução específica para recompor o acordo. Não é apenas vetar [a lei]. Se vetar, voltamos ao porcentual atual e o porcentual com o modelo de partilha não é bom para o Rio. Já está acordada [a solução]", disse Cabral.
O acordo citado pelo governador, que foi apresentado ao Congresso pelo deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), previa a elevação da arrecadação com royalties de 10% para 15%, com a destinação de 6% desse total para o Rio. Com a aprovação das emendas, em março, o governo adiou a decisão sobre o assunto para depois do período eleitoral. Vetar o projeto seria uma medida impopular, já que o texto divide os royalties de maneira igual entre todos os estados. Se a emenda entrar em vigor, o Rio deixará de receber cerca de R$ 7 bilhões por ano em royalties. A votação não deverá voltar à pauta da Câmara neste ano.
Saúde
O governador reeleito do Piauí, Wilson Martins, terá uma audiência hoje com Lula. Ele quer assegurar a continuidade das obras e projetos de infraestrutura que foram paralisados em decorrência do período eleitoral. "Dilma, quando esteve no Piauí, prometeu ações para o desenvolvimento do estado, em energia, saneamento, infraestrutura, estradas, porto e aeroporto. Vamos cobrar", adiantou.
Martins elegeu como principal prioridade a saúde. Ele está mobilizando os governadores do seu partido, Eduardo Campos (Pernambuco), Cid Gomes (Ceará), Renato Casagrande (Espírito Santo), Ricardo Coutinho (Paraíba), e Camilo Capiberibe (Amapá), além do petista Jaques Wagner (Bahia), pela aprovação e regulamentação da Emenda Constitucional 29, que destina recursos do Orçamento especificamente para a saúde. E para lutar pela reedição da CPMF com verbas também voltadas para este setor.
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