O ex-governador de São Paulo e candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, evitou comentar a quebra do sigilo fiscal de sua filha nesta terça-feira (7) durante visita à 9ª Expo Cristã. "Hoje, vou me permitir não entrar nesse assunto. Tenho falado [dele] todos os dias há uma semana", disse.
O candidato disse que vai deixar o assunto a cargo do partido. "O presidente do partido, Sérgio Guerra, vai continuar tratando. A gente volta em outra hora a esse tema que com toda certeza é muito importante porque trata-se de crime contra a Constituição e da utilização do governo para fins de natureza política, partidária e eleitoral".
No evento em São Paulo, Serra visitou estandes e recebeu livros e DVDs evangélicos. No estande do IVC Comunicação, Serra acompanhou a banda da denominação e cantou junto com os artistas parte do hino motivacional cujo refrão diz "Vai dar tudo certo". Os organizadores do estande colocaram um microfone para que a voz do candidato pudesse ser ouvida por todos.
Durante a visita ao pavilhão do Expo Center Norte, ele ressaltou sua religiosidade. "Os valores de Cristo são os meus valores. Eu não sou cristão de boca-de-urna para agradar eleitores, conquistar votos e no dia seguinte esquecer o assunto".
Serra disse que coloca em prática os valores do cristianismo na vida pessoal e na política, e ainda lembrou que as doutrinas evangélicas convergem para o essencial. "Todas convergem naquilo que é o essencial: que Jesus é a verdade e a justiça". Ele disse também que esses valores fariam muito bem à política.
Perguntado se já era possível perdoar os responsáveis pela quebra de sigilo fiscal, Serra não deu uma resposta definitiva. "Primeiro, precisa localizar". Questionado se caberia o perdão após a divulgação dos nomes, ele foi evasivo. "Isso é outro assunto".
Serra aproveitou a oportunidade para elogiar iniciativas evangélicas e propor ações em parceria com as igrejas. Ele elogiou o incentivo a leitura que disse ser uma marca das igrejas. "A leitura da Bíblia, essa leitura evangélica, estimula o desenvolvimento cultural das pessoas".
O presidenciável ainda disse que espera contar com o apoio das igrejas na reabilitação de pessoas deficientes e na rede de casas de tratamento de dependentes químicos. Ele anunciou, diante do público evangélico, que seu plano de construir uma rede de 50 hospitais de reabilitação de portadores de necessidades especiais levará o nome de Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, uma iniciativa católica.
Citando católicos, evangélicos e outras denominações, disse que todas as religiões são a favor da solidariedade. "A minha proposta é que o governo financie, apoie entidades não lucrativas. Sem os evangélicos, esse trabalho não avançará tanto quanto poderia", disse.
O candidato ainda criticou a gestão do turismo no país dizendo que o número atual de turistas é o mesmo que o de 10 anos atrás. Ele afirmou que pretende incentivar o turismo religioso, oferecendo o apoio do Ministério do Turismo para cidades que atraem devotos. "Isso é importante para a espiritualidade e para o emprego. Fortalece a sociedade e a nacionalidade brasileira", disse.
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