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Em nota divulgada nesta quarta-feira (20), o ex-governador e senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) negou ter ligação com a suposta produção de um dossiê sobre pessoas ligadas ao candidato tucano à Presidência da República, José Serra.

O nome do ex-governador mineiro foi citado pela Polícia Federal em entrevista coletiva nesta quarta sobre as investigações. Segundo a polícia, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. disse, em depoimento, que encomendara a quebra dos sigilos fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, da filha de José Serra, Verônica, do genro dele, Alexandre Bourgeois, e de outros tucanos entre setembro e outubro de 2009.

Ribeiro Jr., então repórter do jornal "O Estado de Minas", decidiu fazer a investigação, segundo relatou a PF, depois de descobrir que o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) estaria supostamente à frente de um grupo de espionagem a serviço de Serra, à época governador de São Paulo, para obter informações comprometedoras sobre Aécio Neves.

"Repudio com veemência e indignação a tentativa de vinculação do meu nome às graves ações envolvendo o PT e o senhor Amaury Ribeiro Jr., a quem não conheço e com quem jamais mantive qualquer tipo de relação. Tal prática jamais fez parte da minha história política em 25 anos de vida pública", afirmou Aécio Neves.

No início do ano, já desligado do jornal, Ribeiro Jr. participou de uma reunião com membros da pré-campanha da candidata petista Dilma Rousseff. Em junho, ele negou ao G1 que o convite para a reunião tenha sido para produzir o suposto dossiê e disse que dados foram furtados de seu computador enquanto estava hospedado em um flat de Brasília. A hospedagem foi paga, segundo ele, pelo PT.

O ex-governador mineiro afirmou ainda que é o PT quem deve se explicar sobre o caso e citou denúncias que atingiram o partido anteriormente, como a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

"Lamento profundamente que tais ocorrências contaminem um processo eleitoral que deveria ser marcado pelo debate de ideais e de avanços para o país", escreveu.

Investigações da PF

No relato à polícia, Ribeiro Jr. disse que saiu do jornal no final de 2009, mas que deixou um relatório completo de toda a apuração, levando uma cópia para futura publicação de um livro no seu computador pessoal. Na versão dele, segundo os delegados, uma área de inteligência do PT teria tomado conhecimento do conteúdo da investigação e o convidou para trabalhar na equipe da pré-campanha de Dilma.

Em 2010, o jornalista participou de um grupo ligado à pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República. Em abril deste ano, enquanto fazia parte desse grupo, ele participou de uma reunião em que foi discutida a elaboração de um suposto dossiê contra tucanos.

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