Assim como ocorreu nas entrevistas com Dilma e Marina, Willian Bonner e Fátima Bernardes não foram ao Jornal Nacional levantar bolas para José Serra cortar. Dos sete temas citados pelos entrevistadores, nenhum era positivo para o tucano. Acuado, ele reagiu com o que tinha em mãos.

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Era previsível saber quais seriam as abordagens para colocar o ex-governador contra a parede – o medo de confrontar a popularidade de Lula, a estranha aliança com o PTB de Roberto Jéfferson, o aviltante preço do pedágio em São Paulo. A diferença de Serra para os rivais é que ele reagiu à polêmica com mais naturalidade. Como se tivesse colocado uma luva para segurar a batata quente.

Não que isso diga muita coisa. Ninguém quer um presidente com sangue de barata ou especialista em sorrisos falsos diante das câmeras. Dilma tem o direito de cometer certos deslizes, afinal é novata em eleições – o que necessariamente também não é uma coisa ruim.

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Mas Serra mostrou um pouco mais de maturidade ao falar das próprias feridas. Fez questão de dizer que não é centralizador ao responder sobre a atrapalhada escolha do vice, Índio da Costa. Reforçou que os que estão ao seu lado sabem como ele trabalha.

Esse tipo de posicionamento cria um diferencial interessante e até agora descartado durante esta campanha. Dilma e Marina hesitaram no JN ao falarem do mensalão, enquanto Serra ao menos se esforçou para mostrar que não topa vista grossa. Enfim, a ética entrou em pauta na disputa presidencial. E que ninguém diga que não sabia de nada.

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