Erenice Guerra: escândalo sobre o tráfico de influência montado pelo filho, Israel Guerra, forçou a queda da ministra na Casa Civil| Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

Ex-diretor diz que saiu por "iniciativa própria"

O coronel Eduardo Artur Ro­­drigues Silva afirmou na sua carta de demissão do cargo de diretor de operações dos Correios que está saindo por "iniciativa própria". "Não sinto mais o prazer do trabalho e do desafio que a função exige, e não vou contaminar os excelentes profissionais com que convivi nestes 48 dias com o meu desencanto", afirmou Silva.

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Paulo Bernardo é convocado por Lula para apagar "incêndio"

A 12 dias das eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva interrompeu ontem as férias do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e cobrou dele providências para estancar a crise nos Correios. Lula quer que Bernardo seja uma espécie de interventor para fazer uma operação pente-fino na estatal e apagar o foco de tensão política que pode respingar na campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência.

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Brasília - Cinco dias depois de ter pedido demissão da Casa Civil, Erenice Guerra mantém cargos no conselho da Eletrobras, da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e também no Banco Nacional de Desenvol­­­vimento Econômico e Social (BNDES) – órgão que estaria na raiz do esquema de lobby e tráfico de influência montado por Israel Guerra, filho da ex-ministra, que motivou a queda de Erenice.

Com salário de R$ 5.122 men­­­sais para participar de uma reunião a cada três meses, Erenice Guerra ocupa uma das 11 vagas no conselho de administração do BNDES, sob indicação do Mi­­nistério do Desenvol­­­vimento, Indústria e Comércio Exterior, comandado por Miguel Jorge.

Erenice fazia parte do conselho fiscal do BNDES desde abril de 2008. No dia 13 de maio último, o Diário Oficial informou a exoneração de Erenice Guerra desta vaga e a nomeação, no mesmo dia, para um conselho mais importante dentro do banco, o de administração. Subs­­­tituiu a vaga deixada pela presidenciável petista Dilma Rousseff. O decreto é assinado pelo presidente Lula.

Empréstimo

Segundo denúncia do consultor Rubnei Quícoli, representante da EDRB do Brasil Ltda, ao tentar um empréstimo de R$ 9 bilhões com o BNDES para um projeto de produção de energia eólica, foi encaminhado por um funcionário da Casa Civil a contratar a empresa Capital Assessoria e Consultoria. A empresa é cadastrada em nome de Saulo Guerra, também filho da ex-ministra.

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Quícoli teria sido pressionado a pagar R$ 240 mil para viabilizar o empréstimo, que acabou não sendo efetivado, segundo ele, por não ter entregado o valor cobrado. Ainda segundo o consultor, um homem chamado Estevan seria a ponte entre a Casa Civil e o BNDES, e teria se identificado como filho do presidente do banco, Luciano Coutinho.

Em nota, o BNDES disse "repudiar" as denúncias e informou que o empréstimo solicitado pela EDRB não foi liberado porque "o montante solicitado", que seria de R$ 2,25 bilhões e não R$ 9 bilhões, "era incompatível com o porte da referida empresa".

Eletrobras

O suposto esquema de "lobby" montado por Israel Guerra, filho da ex-ministra, também envolveria patrocínio esportivo concedido pela Eletrobras. Segundo reportagem da revista Veja, a Eletrobras concedeu, em 2008, patrocínio de R$ 200 mil à Racing Corsini, equipe de motovelocidade do piloto Luiz Corsini, que afirma ter pago R$ 40 mil a Israel Guerra como "taxa de sucesso" do negócio.

Mesmo depois da demissão da Casa Civil, Erenice Guerra também aparece como conselheira de administração da Eletrobras e da Chesf, com gratificação de R$ 3,8 mil para participar de uma reunião mensal. Na Chesf, as reuniões também ocorrem mensalmente.

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Interatividade

Os cargos nos conselhos das estatais deveriam ser ocupados apenas por técnicos das empresas?

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