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A mudança de estratégia na campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff (PT), foi aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em conversas com auxiliares, Dilma avaliou como "muito acertado" o tom mais contundente no debate de domingo (10), realizado pela TV Bandeirantes. Para Lula, a posição mais incisiva de Dilma no duelo com Serra mostrou para os eleitores uma mulher com decisões próprias, capaz de rebater críticas sem a sua ajuda.

O marqueteiro João Santana resistiu o quanto pôde a adotar a nova tática, sob o argumento de que quem bate perde votos. Até mesmo o presidente Lula chamou Santana para um tête-à-tête e cobrou dele nova tática para enfrentar a polêmica do aborto e a investida do adversário do PSDB, José Serra.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, disse que o comando da campanha de Dilma decidiu subir o tom contra Serra para "desmascarar" o tucano. "Serra faz uma campanha na TV e outra nos subterrâneos da política e precisávamos mostrar isso", afirmou Dutra.

"Dilma se colocou no debate do segundo turno, que é o confronto de propostas", comentou Marco Aurélio Garcia, assessor de Assuntos Internacionais da Presidência. Ele tirou férias há mais de dois meses para coordenar o programa de governo da candidata.

Indagado se a campanha petista não adotara estratégia de alto risco ao optar por mais agressividade, Garcia justificou: "Arriscar é ficar levando porrada e não responder", disse. No diagnóstico do assessor de Lula, Serra procurou desqualificar Dilma, mas "ficou incomodado" com o "tom forte" adotado por ela, que tratou de temas como aborto, privatizações e segurança pública. "Não foi uma agressividade gratuita. Ela ficou indignada com as acusações e reagiu", insistiu o secretário de Mobilização do PT, Jorge Coelho.

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