Reportagem publicada nesta segunda-feira (26) no jornal americano New York Times afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desrespeitou as leis eleitorais ao fazer campanha para sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT). No texto intitulado "Presidente do Brasil trabalha para emprestar popularidade à protegida", o jornal afirma que Lula tenta emprestar "seu pó mágico" para a petista.
"Com menos de três meses para a eleição presidencial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está tentando fazer o possível para que seu pó mágico grude em sua sucessora escolhida, Dilma Rousseff, para convencer eleitores a elegerem ela como a primeira presidente do Brasil, o maior país da América Latina.", diz a reportagem.
"Analistas políticos dizem que Lula está se esforçando para eleger seu sucessor mais do que qualquer outro presidente em décadas. Mas ele passou dos limites. Autoridades eleitorais multaram Lula quatro vezes (sic) nos últimos meses por campanha antecipada em favor de Dilma", completa.
Lula já recebeu, na verdade, seis multas pelo Tribunal Superior Eleitoral em razão de campanha antecipada, totalizando R$ 42,5 mil.
O jornal destaca ainda que o presidente tentou tornar Dilma uma candidata viável ao lhe dar o controle do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"Em campanha por Rousseff, sua ex-chefe da Casa Civil, o presidente desrespeitou leis eleitorais e creditou a ela programas e obras públicas realizadas durante seu governo".
"Nos últimos dois anos, o presidente brasileiro tentou tornar Dilma em uma candidata viável, dando a ela o controle de um programa multibilionário para programas de infraestrutura e desfilando com ela em inaugurações e outros eventos públicos", acrescenta a matéria que também destacou o discurso de Lula em Garanhuns, Pernambuco, na última sexta-feira (23) no qual afirmou que Dilma havia sido torturada durante o regime militar assim como ocorreu com Jesus Cristo.
Ao lembrar da última eleição presidencial no Chile, quando o candidato da presidente Michele Bachelet perdeu nas urnas, o jornal diz que a "popularidade sozinha pode não ser suficiente" para eleger um sucessor.
"No Brasil, Lula parece estar apostando que seu quase séquito de fãs possa fazer com que Dilma ganhe. (...) Se o seu lobby será suficiente, é incerto. O que é necessário para um líder latino-americano, mesmo um adorado como Lula, para passar adiante a popularidade?", questiona.