A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, defendeu hoje a apuração rigorosa e urgente das denúncias de tráfico de influência envolvendo a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, por se tratar de pessoa próxima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É um caso para ser investigado com rigor e urgência, pois se trata da pessoa mais próxima do presidente da República".

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De acordo com as denúncias, Israel Guerra, filho da ministra, teria feito lobby para empresas aéreas com interesse em contratos com os Correios. Já uma irmã de Erenice teria autorizado o governo a contratar, sem licitação, o escritório do próprio irmão. "É tão grave o que está acontecendo que tem de ter um movimento para além dos partidos e além das eleições, para que tudo seja devidamente apurado".

Em visita à Organização Não-Governamental (ONG) Lua Nova, que atende mães e gestantes em situação de risco, em Araçoiaba da Serra (SP), Marina lamentou que as denúncias estejam contaminando o debate eleitoral.

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Marina conversou com as 25 mães atendidas pela ONG - mulheres ameaçadas de morte pelos maridos, estupradas ou ex-usuárias de drogas, muitas com filhos pequenos - e até foi entrevistada por elas.

A candidata do PV lembrou o caso da quebra do sigilo de pessoas ligadas ao PSDB por funcionários da Receita e criticou o presidente Lula. "Depois de um ministro dizer que a quebra de sigilo era coisa corriqueira, o próprio presidente da República, que imaginei que fosse dar um basta nessa história, veio a público apenas para defender a sua candidata".

Em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto e praticamente fora de um eventual segundo turno, ela disse que não espera ganhar votos com as denúncias entre os candidatos que lideram as pesquisas, que classificou como "vale-tudo eleitoral". "Tudo isso que está acontecendo nos dá a convicção de que é preciso um segundo turno para discutir melhor as questões que interessam ao país", disse.