Dilma durante a cerimônia em que recebeu o apoio de artistas e intelectuais, no Rio: arquiteto Oscar Niemeyer foi aplaudido quando chegou ao evento| Foto: Nacho Doce / Reuters

São Paulo e Rio - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, reconheceu ontem à noite que erros acontecem em todos os governos, mas afirmou que o essencial é a atitude que se toma em relação a eles. A declaração da candidata, dada em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, referia-se ao episódio do afastamento da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, investigada por denúncias de tráfico de influência.

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Dilma lembrou que a Casa Civil formou uma comissão de sindicância para apurar o caso e criticou o governo do PSDB em São Paulo que, segundo ela, não puniu Paulo Vieira de Souza, ex-diretor de engenharia da Dersa investigado pela Operação Cas­­telo de Areia, da Polícia Federal. "Há uma diferença entre nós e o meu adversário", afirmou. "Há uma diferença entre quem pune e quem acoberta e não pune."

A petista reafirmou ser contrária à mudança da atual legislação sobre o aborto, mas ressaltou que não se pode ignorar os cerca de 3,5 milhões de mulheres que recorrem a essa prática. "O presidente não pode fingir que não existem milhões de mulheres que recorrem ao aborto", afirmou. "Nós estamos falando para prevenir, para que não haja o aborto", defendeu. A candidata do PT se posicionou ainda contrária à realização de um plebiscito sobre a questão. "Seria ruim porque dividiria o país e não levaria a um forma de acordo, de consenso."

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Na reunião em que a candidata Dilma Rousseff (PT) à Presidência recebeu o apoio de artistas e intelectuais, na noite de ontem, no Rio, o músico e escritor Chico Buarque e o arquiteto Oscar Niemeyer foram os mais aplaudidos pelos convidados.

Ambos foram ovacionados ao entrarem no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon, zona sul do Rio, local onde será entregue à candidata o manifesto capitaneado pelo sociólogo Emir Sader e pelo escritor Eric Nepomuceno e que reuniu mais de 4 mil assinaturas. Niemeyer, 102 anos, chegou ao teatro em uma cadeira de rodas, acompanhado da mulher, Vera. Também estiveram presentes também o teólogo Leonardo Boff, a filósofa Marilena Chauí e os cantores Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Beth Carvalho e Alcione, além do governador reeleito do Rio, Sergio Cabral (PMDB).

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