O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) avalia, segundo informou a assessoria jurídica do tribunal, que não há necessidade de uma nova eleição para o Senado no estado, mesmo depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar a Lei da Ficha Limpaválida para as eleições deste ano.
O STF tomou a decisão nesta quarta (27) ao julgar recurso do deputado federal Jader Barbalho (PMDB), enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter renunciado em 2001 ao mandato de senador para evitar um processo de cassação. Mesmo com registro indeferido, Jader Barbalho recebeu 1.799.762 de votos e, caso não tivesse sido barrado, seria eleito em segundo lugar para uma vaga no Senado.
A soma dos votos obtidos pelo deputado Jader Barbalho e pelo terceiro colocado na disputa o petista Paulo Rocha, também barrado pela ficha limpa ultrapassa 50% dos votos válidos
Nesse caso, a legislação eleitoral abriria a possibilidade de realização de novas eleições. O PMDB-PA informou que "tomará todas as providências jurídicas necessárias para a realização de nova eleição para o cargo de senador".
Mas a assessoria jurídica do TRE informou que não será necessária uma nova eleição porque os votos de Jader Barbalho e Paulo Rocha não foram incluídos na contabilidade oficial pelo TSE. Os senadores eleitos pelo Pará são Flexa Ribeiro (PSDB), com 67,73% dos votos; e Marinor Brito (PSOL), com 27,11% dos votos.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, reafirmou nesta quinta-feira que cabe ao TRE decidir sobre a realização de novas eleições. Ele não descartou, no entanto, a possibilidade de a decisão estadual vir a ser contestada no TSE.
Marinor Brito, que esteve nesta quinta-feira (28) no Senado, disse não acreditar na possibilidade de uma nova eleição. "Não acredito que vá acontecer isso até porque tem a pressão da opinião pública que não dará muita liberdade política para se tomar uma decisão como esta". Mesmo tendo recebido menos da metade dos votos de Jader, Marinor afirma ter legitimidade para ocupar a função no Senado.
A assessoria jurídica informou que, "caso receba uma provocação oficial" a respeito do resultado das eleições para o Senado, o TRE do Pará vai analisá-la.