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Da cerimônia de posse, no dia 31 de março, quando recebeu um abraço e votos de boa sorte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até a carta de demissão entregue na manhã desta quinta-feira (16) para o mesmo Lula, Erenice Guerra passou 170 dias na cadeira de ministra-chefe da Casa Civil.

Erenice chegou ao comando da Casa Civil, órgão mais importante depois da Presidência da República, com a saída da então ministra e hoje candidata do PT à sucessão de Lula, Dilma Rousseff.

Considerada uma das pessoas de confiança de Dilma, a quem servia desde os tempos de Ministério de Minas e Energia, Erenice sucumbiu a uma sequência de denúncias de tráfico de influência deflagrada no fim de semana pela revista "Veja" e agravada nesta quinta por reportagem publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo".

Nesta quinta, ela entregou uma carta de demissão na qual afirma ter sido vítima de uma campanha "sórdida" dos meios de comunicação e diz necessitar de "paz" para preparar sua defesa e "restabelecer a verdade".

Então secretária-executiva da pasta, Erenice apareceu pela primeira vez nas páginas dos jornais como um dos servidores supostamente envolvidos com a confecção de um suposto "banco de dados" com gastos sigilosos da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Ainda secretária-executiva, Erenice foi envolvida em uma polêmica reunião com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira para tratar de supostos interesses da família Sarney. Ambos os casos nunca foram confirmados.

No período em que ocupou o gabinete do terceiro andar do Palácio do Planalto, logo abaixo do gabinete de Lula, Erenice foi peça importante na negociação prévia e no lançamento do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), em maio deste ano. O plano colocou a estatal Telebras como "espinha dorsal" da banda larga no Brasil.

Erenice também se envolveu na contratação de empresas para construir a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA) e participou da tramitação do processo de capitalização da Petrobras, prevista no marco regulatório do pré-sal, em discussão no Congresso.

Durante a estada da ministra no comando da Casa Civil, o governo teve ainda de lidar com catástrofes naturais como as enchentes nos estados de Alagoas e Pernambuco. Foi a partir da pasta de Erenice que todas as ações de socorro organizadas pelo governo federal foram coordenadas.

Mais recentemente, ela participou da criação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado), lançado na quarta (15) pelo presidente Lula. Já preocupada com sua exposição diante das denúncias, Erenice cancelou de última hora a presença na cerimônia de lançamento do plano.

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