O número de eleitores brasileiros de 16 e 17 anos teve redução pela primeira vez em uma eleição presidencial desde 1998. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados nesta terça-feira (20), estão aptos a votar nas eleições de outubro 2,39 milhões de jovens dessa idade. Na última eleição para presidente, em 2006, eram 2,55 milhões, quase 7% a mais. O voto facultativo para essa faixa etária foi instituído em 1989.
Segundo os números do TSE, na disputa presidencial de 1994, 2,1 milhões de jovens de 16 e 17 anos estavam registrados para votar. O último registro de queda da participação desse público foi em 1998, quando houve uma redução de 11% em relação à eleição de 1994 o número de eleitores nessa faixa etária caiu para 1,8 milhão de votantes.
A partir de 2002, o número de eleitores jovens voltou a subir. Nas eleições presidenciais daquele ano, 2,21 milhões de jovens de 16 e 17 anos se cadastraram na Justiça Eleitoral para votar. Em 2006, foram computados 2,55 milhões de pessoas aptas a votar antes dos 18 anos, aumento de 15% em relação às eleições gerais anteriores (2002).
O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, disse que a redução é um "fato novo", apesar das campanhas veiculadas pela Justiça eleitoral para estimular a participação do eleitorado jovem. "Trabalho no TSE há 14 anos. Nos últimos, 10 anos tivemos números crescentes. Esta é uma tendência a se estudar", afirmou Janino.
Nos últimos quatro anos, segundo o assessor da Corregedoria Geral do TSE, Sérgio Cardoso, a Justiça eleitoral vem investindo na publicidade para estimular participação do eleitorado jovem.
Ele afirma que não há condições de se analisar a causa da redução por se tratar de um "público volátil", considerando que a cada dois anos o eleitorado de 16 e 17 anos é renovado, por que passa a fazer parte do grupo de cidadãos que são obrigados a votar. O voto para essa faixa etária é facultativo. Para votar, no entanto, o jovem deve se registrar na Justiça eleitoral e tirar o título de eleitor.
"Vivemos em uma democracia em que o voto é um direito-dever. Há interesse da Justiça eleitoral de que a participação seja a maior possível. A tendência pelas campanhas de esclarecimento é de o jovem estar mais participativo e atuante", afirmou Cardoso.
Eleitorado
Nesta terça, o TSE divulgou que 135,8 milhões de eleitores estão aptos a votar nas eleições de outubro. O número é 7,8% maior que o da última eleição presidencial, de junho de 2006, quando o total de eleitores brasileiros era de 125,9 milhões.
O principal colégio eleitoral do país continua a ser o estado de São Paulo, com 22,3% do total de eleitores brasileiros 30,3 milhões de pessoas aptas a votar neste pleito, seguido de Minas Gerais, com 14,5 milhões de eleitores (10,6% do eleitorado).
Em seguida, os estados com mais eleitores são o Rio de Janeiro (11,5 milhões de eleitores e 8,5% do eleitorado nacional), a Bahia (9,5 milhões e 7%) e o Rio Grande do Sul (8,1 milhões e 5,9%). O menor colégio eleitoral é Roraima 271,8 mil eleitores (0,2% do total).
A maioria do eleitorado brasileiro é composto de mulheres 51,8% das pessoas aptas a votar, ou 70,3 milhões de eleitoras. Os homens representam 65,2 milhões de votantes. Em 2006, o eleitorado feminino correspondia a 51,5% (64,8 milhões de votantes) e o masculino, a 48,3% (60,8 milhões).
Com 984,6 mil eleitoras (53,6% do total), o Distrito Federal é a unidade da federação com a maior proporção de mulheres votantes, seguido do Rio de Janeiro, com 6,1 milhões de eleitoras (53,2% do total).
Segundo o TSE, 200,3 mil eleitores devem votar no exterior. O voto para quem está fora do país vale apenas para os cargos de presidente e vice-presidente.
De acordo com o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, o perfil básico do eleitor brasileiro são pessoas do sexo feminino com idade entre 25 a 34 anos. A maioria dos estados tem maior percentual de mulheres eleitoras, com exceção de Mato Grosso, Pará, Roraima e Rondônia.
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