O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, determinou nesta segunda-feira (13) que a Corregedoria Geral da PF (Coger) comece a fazer uma análise das denúncias de suposto tráfico de influência que envolvem a ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.

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A edição deste fim de semana da revista "Veja" afirma que o empresário Fábio Baracat participou de reuniões com Erenice, intermediadas pelo filho da ministra, Israel Guerra, dono da consultoria Capital. A finalidade, segundo a publicação, era fechar um contrato de prestação de serviços entre a empresa e os Correios.

A análise das denúncias, segundo a assessoria da PF, tem a intenção de verificar se é da competência da polícia investigar o caso. Se houver indícios da participação da ministra da Casa Civil nas irregularidades, a invetigação passaria a ser acompanhada pelo Ministério Público Federal e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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Nesta segunda-feira, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, solicitou à Comissão de Ética Pública da Presidência da República a instauração de procedimento para apurar a sua conduta em relação às notícias publicadas pela revista "Veja".

Em ofício encaminhado à comissão, Erenice diz estar disposta a abrir os seus sigilos bancário, telefônico e fiscal, se necessário, bem como os de seu filho Israel Guerra. "Coloco-me à inteira disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários e que possibilite a verificação necessária por essa Comissão de Ética da conduta desta servidora pública", diz trecho do ofício.

Ela anunciou ainda que pretende processar a revista. O advogado da publicação informou que só vai se pronunciar sobre o caso quando a ação for ajuizada.

"Compromissos políticos"

De acordo com reportagem da revista "Veja", o filho de Erenice Guerra ter cobrado uma propina de 6% do empresário Fábio Baracat para intermediar a operação da MTA com os Correios. A publicação diz que o valor seria destinado a saldar "compromissos políticos".

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Além da suposta propina, intitulada "taxa de sucesso", assessores da Casa Civil teriam exigido pagamentos mensais, diz o texto. A revista afirma que o contrato entre a empresa de transporte aéreo e os Correios totalizou R$ 84 milhões e que, com a intermediação, o filho da ministra obteve R$ 5 milhões.

Os Correios dilvulgaram nota no final da tarde desta segunda em que nega irregularidades. A empresa confirma que mantém contratos com a empresa de transporte aéreo de carga Master Top Airlines (MTA), que, segundo reportagem da revista, teria fechado negócio com a estatal por intermédio de Israel Guerra, filho da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.

Em nota, os Correios afirmam que os contratos com a MTA "resultam de processos licitatórios regulares e transparentes".

Nesta tarde, o assessor da Secretaria-Executiva da Casa Civil, Vinícius de Oliveira Castro, pediu exoneração do cargo. Ele também foi citado na reportagem como participante do suposto esquema para beneficiar empresas com contratos no governo. Vinícius declarou que "repudia todas as acusações".

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