Duas semanas depois de cobrar de seus adversários na corrida presidencial apoio a documento favorável à reforma agrária, o candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, assinou nesta segunda-feira carta do Fórum Nacional pela Reforma Agrária.

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A proposta que contou com a adesão formal de Plínio prevê a realização de plebiscito para o estabelecimento de limites para o tamanho da propriedade da terra no Brasil. "Só com a pressão do povo brasileiro é que a burguesia cederá à reforma agrária", disse Plínio, que prometeu fazer reforma agrária "sem pedir licença para ninguém", caso seja eleito presidente da República. "Vamos ocupar a terra".

Plínio, que passou a tarde de hoje em Brasília, voltou a criticar o agronegócio. "Hoje existem 5,5 milhões de fazendas no Brasil, das quais 1% delas, ou seja, 55 mil, tem 44% da terra", afirmou o candidato do PSOL, que também gravou participação em um programa de TV. "Vamos brigar com pouco mais de 50 mil pessoas, que têm verdadeiros impérios que são escandalosos", avaliou.

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Para Plínio, a falta da reforma agrária é um dos fatores determinantes para a pobreza e a violência nas grandes cidades. "No campo é que começa a pobreza, que depois muda para a cidade". Segundo o candidato, "aquele pobre que dorme na rua foi um agricultor expulso do campo". "Ele fica sem dinheiro na cidade e os menos conformados vão para o crime", completou.

Um dos fundadores do PT, Plínio foi o responsável pela elaboração do programa de reforma agrária apresentando pelo então candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Na época, a proposta de Plínio sofreu alterações feitas pela campanha petista, como a redução da meta de assentamentos. "Fico triste de ver um governo que chegou lá se render a interesses baixos e escusos", afirmou Plínio, ao criticar a política agrária do governo Lula.