Para evitar desgastes na campanha da petista Dilma Rousseff, o governo federal decidiu congelar a discussão ou a votação de temas considerados polêmicos até a realização das eleições. A própria candidata tem evitado assumir a defesa de propostas que possam abrir um debate negativo e atrapalhar sua candidatura.
É o caso, por exemplo, da recriação de um imposto para a saúde. Depois da extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o governo estuda a volta de um tributo com a finalidade de ampliar as receitas disponíveis para o setor. Já existe a ideia de criar a Contribuição Social para a Saúde (CSS) com o apoio do governo. Mas, como o tema é considerado extremamente desgastante junto à opinião pública, até Dilma tem se esquivado de defender a proposta.
Na quarta-feira (4), ela afirmou que o próximo presidente precisa dar prioridade à transferência de recursos para a saúde. Mas fez questão de não se comprometer com a criação de um novo tributo para o setor, embora tenha lamentado a perda de arrecadação provocada pela extinção da CPMF, em dezembro de 2007, em votação do Senado.
"Eu não estou discutindo volta de contribuição. Estou discutindo aqui um programa para a saúde", disse Dilma, depois de visitar o Sarah-Centro, unidade mais antiga da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação. "Ninguém pode achar que a situação seja confortável, tendo a saúde perdido R$ 40 bilhões", disse.
Battisti
A recriação de um imposto para financiar a saúde não é a única discussão polêmica que "desapareceu" da lista de prioridades do governo. A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a extradição ou não do italiano Cesare Battisti continua sem ter previsão para acontecer. A razão é óbvia. Qualquer tomada de posição do governo sobre o assunto abre espaço para críticas dos adversários.
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