Brasília - O programa semanal "Café com o presidente" vai ficar fora do ar até o fim da campanha eleitoral. A decisão foi tomada depois da pressão contra o Palácio do Planalto por parte da coligação liderada pelo PSDB. No programa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é entrevistado sobre ações e projetos do governo ou sobre tema da atualidade. O anúncio da suspensão foi feito na noite de quinta-feira, em sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela advogada Hélia Betero, da Advocacia-Geral da União (AGU). Segundo a advogada, o programa que foi ao ar na segunda-feira foi o último a ser transmitido.
Hélia Betero fez o anúncio quando os ministros do TSE começavam a julgar uma representação apresentada pela coligação que apoia a candidatura do tucano José Serra. O grupo pedia que o TSE determinasse por meio de uma liminar a imediata suspensão da veiculação do programa. Com o anúncio do fim da transmissão, o tribunal concluiu que o pedido estava prejudicado.
No processo, a coligação que apoia o tucano acusava o presidente Lula, a candidata Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Franklin Martins, e a diretora-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tereza Cruvinel, de divulgarem feitos do governo federal no programa, transmitido pelo rádio.De acordo com a coligação, isso desrespeitaria a legislação eleitoral, que proíbe os agentes públicos de praticarem condutas que possam afetar a igualdade de oportunidades entre os candidatos. A coligação sustentou que o programa é veiculado em todo o país e tem grande repercussão em jornais e emissoras de televisão.
Segundo a coligação que apoia a candidatura do tucano, no programa de segunda-feira, os acusados teriam interferido diretamente no processo de sucessão presidencial. No processo, eles ainda argumentavam que o programa teria feito uma ampla divulgação da candidatura de Dilma Rousseff e de ações governamentais.
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