O programa do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, mostrou mulheres grávidas na TV na tarde desta sexta-feira, fez referências à defesa do direito à vida e comparou indiretamente a candidata do PT, Dilma Rousseff, ao ex-presidente Fernando Collor de Mello.
"Eu quero ser um presidente com postura, equilíbrio e que defenda os valores da família brasileira. Os valores cristãos, a democracia, o respeito à vida e o meio ambiente", disse Serra logo depois de terem sido mostradas imagens de seis mulheres grávidas.
As mulheres são uma referência ao "Mãe Brasileira", promessa do tucano inspirado num programa que ele realizou quando era prefeito de São Paulo, que dá atendimento pré-natal a mulheres grávidas.
"Mãe Brasileira. A favor da vida, a favor do Brasil", disse uma locutora.
O programa do candidato do PSDB, descrito como uma pessoa "que sempre condenou o aborto e defendeu a vida", também mostrou um quadro de Collor com a faixa presidencial com um locutor dizendo: "Esse foi o último presidente desconhecido que o Brasil elegeu. O estrago foi tão grande que precisou desse para trazer decência", acrescentou o locutor quando apareceu a foto do ex-presidente Itamar Franco, atual aliado de Serra.
O clipe seguiu referindo-se a Fernando Henrique Cardoso como o presidente que trouxe estabilidade e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o que deu continuidade, e concluiu afirmando que Serra deve ser o próximo mandatário do país.
O tucano tocou, em dois pontos que têm sido as principais preocupações dos candidatos à Presidência neste segundo turno: a rejeição ao aborto e o apelo ambiental, tema ganhou força depois de a candidata Partido Verde, Marina Silva, ter recebido cerca de 20 milhões de votos no primeiro turno.
Marina, inclusive, foi citada nos programas dos dois candidatos. Serra mostrou trecho de seu discurso após a eleição de domingo em que parabeniza a verde pela votação, e Dilma afirmou que, somados seus votos com os de Marina, 67 por cento dos brasileiros afirmaram nas urnas que querem uma mulher presidente.
A petista, que vem sendo apontada por integrantes de grupos religiosos como defensora da legalização do aborto, começou o programa "agradecendo a Deus por ter me concedido uma dupla graça", os cerca de 47 milhões de votos no dia 3 e a chance de continuar debatendo no segundo turno.
A campanha petista afirmou que "infelizmente, uma corrente do mal" tem usado a Internet "para espalhar anonimamente mentiras contra a Dilma".
"Não acredite nisso. Dilma é uma mulher honesta, que respeita a vida e as religiões", disse uma atriz, que pede aos eleitores que receberem essas "mentiras" acessem o site da campanha petista "e reenvie uma mensagem de amor para quem lhe enviou a mentira, assim ele vai poder entrar na corrente do bem".