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Aliados do Paraná, Minas Gerais e São Paulo são encarados como grande trunfo do candidato tucano no 2º turno | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
Aliados do Paraná, Minas Gerais e São Paulo são encarados como grande trunfo do candidato tucano no 2º turno| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

Apoio do PV não será garantia de transferência de votos

A esperada disputa polarizada entre PT e PSDB rachou ao meio graças a Marina Silva (PV). Com quase 20 milhões de votos, a candidata agora ameaça ser o fiel da balança no segundo turno. Tanto que o apoio "verde" já desperta declaradamente a cobiça de Dilma Rousseff e José Serra.

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Escândalo e cultura levam para novo turno

A cultura dos brasileiros de tentar levar as eleições sempre para o segundo turno, o escândalo envolvendo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra – suposto tráfico de influência no governo federal – e a postura da candidata Dilma Rousseff (PT) em relação a questões polêmicas, como o aborto, explicam porque a petista não levou o pleito no primeiro turno, segundo cientistas políticos ouvidos pela reportagem. Para o segundo turno, dizem os especialistas, Dilma Rousseff é a grande favorita, mas terá de mexer no discurso.

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  • Ao contrário do que apontavam as pesquisas, Serra venceu a eleição no Paraná

Escondido por colegas de partido nas eleições regionais durante o primeiro turno, José Serra deverá ter aliados mais empenhados por sua candidatura nesta segunda etapa da corrida presidencial, segundo avaliação de analistas políticos. A definição da disputa a favor dos tucanos em estados importantes – Minas Gerais e São Paulo, os dois maiores colégios eleitorais do país, ficaram nas mãos do PSDB – deixa os principais nomes do partido livres para colocar suas tropas para trabalhar pela eleição de Serra.

Até a votação de ontem, o entendimento era de que se colar à imagem do presidenciável tucano poderia resultar em efeitos negativos. Serra apareceu de forma tímida nas campanhas vitoriosas de Aécio Neves (senador) e Antonio Anastasia (governador), em Minas, e Geraldo Alckmin (governador), em São Paulo.

"O Aécio, um líder de expressão, vai ter de mostrar serviço e se envolver na campanha de Serra. Em São Paulo, com o Alckmin, é a mesma coisa", afirma o cientista político Antônio Octávio Cintra, co-autor do livro Sistema Político Brasileiro – Uma Introdução e professor da UFMG. Para ele, porém, a decisão de Aécio de se distanciar de Serra foi politicamente sensata. "Naquele momento, ele (Aécio) não podia se envolver. Estava brigando no seu estado, subindo a ladeira, e não podia partir carregando o Serra", afirma.

Apesar da vitória dos tucanos em Minas, o desempenho de Serra mostra que a transferência de votos não será fácil. O candidato à Presidência terminou o primeiro turno no estado bem atrás de Dilma Rousseff – com 32,66% dos votos, contra 46,94% da petista.

"É verdade que agora o Aécio está liberado do peso de não querer desagradar ao eleitor da Dilma em Minas. Pode, portanto, sair com força em favor do Serra, sem risco pessoal para ele. Mas a vitória dele e do Anastasia não significa uma transferência de votos para Serra", diz Bruno Reis, professor de Ciência Política da UFMG.

Paraná

O novo governador eleito do Paraná, Beto Richa, também foi criticado por evitar a presença de Serra em sua campanha. Durante o período eleitoral, ele se defendeu dizendo que não escondia o candidato a presidente, mas afirmou também que não era "boneco de ventríloquo". Ao contrário do que apontavam os institutos de pesquisa, Serra venceu a eleição no Paraná – 43,94% dos votos, contra 38,94% de Dilma. "O Serra não entra [no segundo turno] sem possibilidades", afirma Cintra. "Mas vai ter de contar com o envolvimento pesado de Alckmin e Aécio."

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